São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011 |
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Brasil incrementa a sua participação no PIB latino País produziu 43,3% da riqueza da região em 2010, maior índice em 20 anos FMI alerta para risco de uma eventual abrupta desaceleração na economia do país ter forte impacto regional DE NOVA YORK O crescimento da economia brasileira, associado à valorização do real, fez com que a participação do Brasil no PIB da América Latina e do Caribe atingisse em 2010 o seu maior patamar em mais de 20 anos. Segundo dados do FMI, o PIB brasileiro representou 43,3% da riqueza produzida na região no ano passado. Desde 1989, o país não obtinha uma fatia tão grande da economia latino-americana. Esse avanço teve início em 2002, um ano após a participação brasileira atingir o seu menor patamar desde 1984. México e Argentina foram os que mais perderam espaço. O país vizinho tinha em 2001 13% do PIB da região. Hoje, responde por 7,7%. Os mexicanos perderam uma fatia de 12,9 pontos percentuais em dez anos, para 21,5% no ano passado. Os dois últimos anos estão entre os que o Brasil mais ganhou espaço. Isso porque em 2009 a economia brasileira encolheu menos que a média da região. No ano passado, o crescimento do PIB foi mais acelerado que o do resto da América Latina. Como a comparação é em preços correntes e em dólar, a valorização do real ante a moeda americana (a divisa brasileira é uma das que mais se apreciaram) também colaborou para o aumento da participação. ALERTA O avanço do Brasil na região foi motivo de alerta do FMI no seu mais recente "Panorama da Economia Mundial". "Devido à importância sistêmica do Brasil para a região, muitos países vizinhos estão se beneficiando do seu forte crescimento. Por outro lado, uma desaceleração abrupta da atividade econômica no Brasil teria efeitos adversos sobre a região." Pelo mesmo caminho, vai Francisco Ferreira, vice-economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe. "Como sempre, tem dois lados da moeda. Ter um motor econômico para uma região é bom", afirma. "Na Ásia, as pessoas não reclamam agora do crescente poder da China", exemplifica. Ele, porém, diz que a expansão da fatia brasileira, como se deve em parte ao câmbio, representa um risco. "Essa valorização cambial pode ser revertida mais facilmente que o crescimento real." Para Ferreira, países que estão se aproveitando da moeda forte brasileira para aumentar suas exportações, como a Argentina, podem ser os mais prejudicados caso o real sofra uma desvalorização abrupta. "Se eu fosse a Argentina ou o Uruguai, teria em mente esse risco." No caso da Argentina (terceiro principal parceiro comercial brasileiro), as vendas de produtos ao Brasil representaram 23% das exportações do país no primeiro trimestre de 2011. Os principais produtos argentinos adquiridos pelo Brasil em 2010 foram carros de passageiro, veículos de carga, nafta e trigo. (ÁLVARO FAGUNDES) Texto Anterior: Espanhóis mantêm praças ocupadas em atos contra partidos Próximo Texto: China prevê pior crise de energia elétrica desde 2004 Índice | Comunicar Erros |
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