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ESTUDO
Relatório sugere que incremento do mercado fundiário e garantia do direito à propriedade beneficia população pobre
Bird quer arrendamento para distribuir terra
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Estudo do Banco Mundial
(Bird) divulgado ontem sobre políticas fundiárias em todo o mundo defende que a garantia do direito à posse de terra a pessoas pobres e o incremento do mercado
fundiário -principalmente o sistema de arrendamento- são fatores fundamentais para facilitar
o acesso à terra e promover crescimento econômico.
Sobre a reforma agrária, o Bird
conclui que ela tem produzido resultados divergentes, citando como exemplos positivos o Japão, a
Coréia do Sul e Taiwan, que realizaram reformas logo após a Segunda Guerra (1939-45). Por outro lado, a reforma agrária tem
fracassado na América Latina.
De acordo com o Bird, a falta de
políticas claras sobre o uso da terra tem gerado conflitos em vários
países, como Camboja, Colômbia, Zimbábue e Costa do Marfim.
Por outro lado, em países onde
há políticas voltadas para a garantia da posse da terra e para a facilitação de transações fundiárias,
tem melhorado o acesso de pessoas pobres. São exemplos: China, México, Tailândia e Uganda.
Coordenado pelo economista
alemão Klaus Deininger, "Políticas Fundiárias para Crescimento
e Redução da Pobreza" levou três
anos para ser concluído e é o primeiro do gênero financiado pelo
Banco Mundial desde 1975.
Arrendamento
O Banco Mundial enfatizou especialmente a necessidade de assegurar o direito à posse a pequenos proprietários e arrendatários.
De acordo com o estudo, essa
segurança aumenta o valor da terra e, com ele, o patrimônio de pessoas pobres. A estabilidade também dá garantias de proteção
contra corrupção, além de aumentar a demanda por serviços
públicos, como saúde, educação e
saneamento básico.
Sobre o arrendamento, o estudo
do Bird afirma que é uma forma
barata de garantir o acesso à terra,
que incentiva a distribuição de
terra e de renda, além de promover um comércio rural paralelo.
O sistema também faz com que
a terra seja explorada por usuários mais eficientes, já que o proprietário muitas vezes não tem interesse em cultivá-la. Além disso,
realoca o dinheiro que seria usado
na compra de uma área diretamente para a produção.
Apesar dessas vantagens, o estudo adverte que o sistema de arrendamento e o mercado fundiário não resolvem sozinhos a distribuição de terra.
Sobre a reforma agrária, o Bird
afirma que, na maioria dos casos,
essa política tem sido ilusória e,
quando funciona, o resultado só
aparece a longo prazo.
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