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Obama rejeita financiamento público, e rivais o acusam de não ter palavra
Candidato afirma que sistema que limita gastos beneficiaria republicanos
DO "NEW YORK TIMES"
O postulante democrata à
Presidência dos EUA, Barack
Obama, anunciou ontem que
não adotará o financiamento
público exclusivo na sua campanha, tornando-se o primeiro
candidato de um dos dois grandes partidos a fazê-lo desde a
criação desse sistema , em 1976.
Obama fez o anúncio em
mensagem de vídeo postada na
internet. Ele argumentou que o
sistema, que limita os gastos de
campanha, o colocaria em desvantagem na disputa contra
seu adversário, John McCain,
que se beneficiaria de doações
ao Partido Republicano.
"O financiamento público
das eleições presidenciais é falho, e enfrentamos adversários
que são mestres em jogar com
esse sistema", disse Obama. "A
campanha de McCain é movida
por contribuições de lobistas
de Washington e comitês de
ação política (CAPs) que defendem interesses especiais."
Logo após ter saído vencedor
da disputa interna contra a ex-primeira-dama Hillary Clinton, Obama havia anunciado
que não aceitaria verbas de lobistas e CAPs na sua campanha.
Pelo sistema público de financiamento, cada candidato
receberia US$ 84,1 milhões para financiar a campanha. Em
troca, seria proibido de gastar
mais do que esse valor.
Todos os indicativos são de
que Obama não terá dificuldade em levantar mais que isso
-nas primárias, arrecadou US$
265 milhões (a maior parte em
pequenas contribuições de até
US$ 100 por pessoa feitas pela
internet), muito acima dos US$
155 milhões de McCain.
No entanto, o Comitê Nacional Republicano vem tendo
mais êxito na arrecadação do
que o Comitê Nacional Democrata. Os partidos não estão
submetidos às mesmas restrições que os candidatos e podem
receber doações individuais
bem maiores do que os US$
2.300 que a lei permite no caso
de contribuição aos candidatos.
"Sem palavra"
Obama tinha prometido reunir-se com McCain após as primárias para tentar acertar um
acordo sobre o financiamento.
O encontro não chegou a acontecer porque uma reunião realizada entre advogados das
duas partes foi infrutífera.
Charlie Black, assessor de
McCain, acusou Obama de ter
"quebrado sua palavra". A diretora de comunicações da campanha republicana, Jill Hazelbaker, disse: "O verdadeiro teste de um candidato é se ele se
mantém fiel a seus princípios e
cumpre o que prometeu ao povo americano. Obama foi reprovado nesse teste hoje".
Obama não chegou a prometer que adotaria o financiamento público. Mas ao ser indagado, num questionário, se participaria do sistema se seus adversários fizessem o mesmo,
Obama escreveu que sim. "Se
eu me tornar o candidato democrata, buscarei agressivamente um acordo com o candidato republicano para preservar uma eleição geral publicamente financiada", completou.
Desde então, disse que adotaria o sistema apenas se McCain
concordasse em limitar os gastos do Partido Republicano.
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