São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

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Nicaraguense propõe referendo para permitir sua reeleição

DA REDAÇÃO

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, propôs ontem fazer um referendo para mudar a Constituição de modo a permitir a reeleição presidencial.
Ortega fez a proposta durante a comemoração de 30 anos da vitória da sua Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) sobre a ditadura da família Somoza, então no poder há quatro décadas.
O discurso do sandinista foi marcado pela defesa do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, derrubado pelos militares quando insistia em fazer uma consulta, considerada ilegal pelo Congresso e pela Justiça, sobre uma Assembleia Constituinte. Segundo seus opositores, o objetivo de Zelaya era incluir a reeleição na nova Constituição.
Pela atual legislação, uma pessoa que já foi presidente pode ser eleita novamente, desde que de forma não consecutiva, e só por um novo mandato. Foi o que fez Ortega ao voltar ao poder em 2007, após ter governado entre 1985 e 1990.
Foi a primeira vez que o presidente sandinista falou publicamente sobre uma consulta popular sobre a reeleição. Ortega vinha buscando apoio para promover as mudanças necessárias no Congresso, mas os governistas não têm votos suficientes para aprová-la.
Ortega, cujo mandato de cinco anos termina em 2012, disse ontem que a população deve ter direito de "premiar ou castigar" o presidente, mesmo argumento usado por seu aliado Hugo Chávez para promover referendo pela reeleição indefinida na Venezuela no começo do ano.
O nicaraguense defendeu que seja aprovado o referendo revogatório, que permitiria a retirada do presidente.
A festa sandinista ontem em Manágua reuniu milhares de apoiadores, mas foi questionada por ex-aliados sandinistas de Ortega. Representantes de Venezuela, Cuba e diversos movimentos esquerdistas da região participaram.
Para a ex-guerrilheira e ex-ministra sandinista Dora María Téllez, o presidente comemorou ontem o "orteguismo". Téllez é fundadora do dissidente Movimento Renovador Sandinista (MRS), que acusa o governo de ter fraudado as eleições municipais no ano passado.


Com agências internacionais


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