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Nicaraguense propõe referendo para permitir sua reeleição
DA REDAÇÃO
O presidente da Nicarágua,
Daniel Ortega, propôs ontem
fazer um referendo para mudar
a Constituição de modo a permitir a reeleição presidencial.
Ortega fez a proposta durante a comemoração de 30 anos
da vitória da sua Frente Sandinista de Libertação Nacional
(FSLN) sobre a ditadura da família Somoza, então no poder
há quatro décadas.
O discurso do sandinista foi
marcado pela defesa do presidente deposto de Honduras,
Manuel Zelaya, derrubado pelos militares quando insistia
em fazer uma consulta, considerada ilegal pelo Congresso e
pela Justiça, sobre uma Assembleia Constituinte. Segundo
seus opositores, o objetivo de
Zelaya era incluir a reeleição na
nova Constituição.
Pela atual legislação, uma
pessoa que já foi presidente pode ser eleita novamente, desde
que de forma não consecutiva,
e só por um novo mandato. Foi
o que fez Ortega ao voltar ao
poder em 2007, após ter governado entre 1985 e 1990.
Foi a primeira vez que o presidente sandinista falou publicamente sobre uma consulta
popular sobre a reeleição. Ortega vinha buscando apoio para
promover as mudanças necessárias no Congresso, mas os governistas não têm votos suficientes para aprová-la.
Ortega, cujo mandato de cinco anos termina em 2012, disse
ontem que a população deve ter
direito de "premiar ou castigar"
o presidente, mesmo argumento usado por seu aliado Hugo
Chávez para promover referendo pela reeleição indefinida na
Venezuela no começo do ano.
O nicaraguense defendeu
que seja aprovado o referendo
revogatório, que permitiria a
retirada do presidente.
A festa sandinista ontem em
Manágua reuniu milhares de
apoiadores, mas foi questionada por ex-aliados sandinistas
de Ortega. Representantes de
Venezuela, Cuba e diversos
movimentos esquerdistas da
região participaram.
Para a ex-guerrilheira e ex-ministra sandinista Dora María
Téllez, o presidente comemorou ontem o "orteguismo". Téllez é fundadora do dissidente
Movimento Renovador Sandinista (MRS), que acusa o governo de ter fraudado as eleições
municipais no ano passado.
Com agências internacionais
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