São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2011 |
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Exame confirma que Allende se matou com tiros DO ENVIADO A SANTIAGO Exame no cadáver de Salvador Allende confirmou que, em setembro de 1973, o então presidente do Chile se matou com tiros na cabeça durante o golpe de Estado que o depôs, liderado pelo general Augusto Pinochet. O resultado da análise foi divulgado ontem pelo Serviço Médico Legal do Chile, cumprindo ordem judicial. "O presidente Allende, ante as circunstâncias extremas que viveu, resolveu tirar a vida antes de ser humilhado", declarou a filha, a senadora Isabel Allende. "Não sobram dúvidas nem especulações." Desde a morte de Allende, havia suspeitas e muitas teorias conspiratórias sobre seus últimos momentos. A versão mais conhecida, defendida inclusive pela família, era que o presidente se suicidou com um tiro na cabeça disparado por um fuzil AK-47 que ele ganhara de Fidel Castro. Sua morte ocorreu logo depois do ataque dos militares ao Palácio de la Moneda e foi testemunhada por um médico particular. Mas a Justiça do Chile, diante das dúvidas e informações de que Allende teria sido baleado mais de uma vez e por armas de distintos calibres, decidiu investigar. "Não há nenhuma dúvida de que ele se matou. Há uma ferida só, mas foram dois tiros", disse à Folha o chefe do Serviço Médico Legal chileno, Patrício Bustos. Bustos explicou a provável causa da confusão: foi confirmado que Allende usou o AK-47, fuzil automático que, quando programado assim, dispara mais de um tiro. Para se matar, concluiu o exame, ele apoiou a arma "na própria mandíbula". Esta foi a segunda exumação do cadáver do político. (LUCAS FERRAZ) Texto Anterior: Desigualdade do Chile é combustível de protestos Próximo Texto: Equador: Bebida adulterada mata 42 e governo decreta lei seca Índice | Comunicar Erros |
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