|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Inquérito deve isentar comando por maus-tratos
DA REDAÇÃO
Inquérito do Exército americano a ser apresentado nos próximos dias deverá isentar comandantes militares de culpa pelos
abusos de direitos humanos cometidos contra iraquianos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá, segundo o "New York Times".
Apesar de considerar que altos
comandantes americanos criaram condições para que os abusos
ocorressem, o inquérito afirma
não ter encontrado evidência de
responsabilidade direta do coronel na chefia da unidade militar
de inteligência em Abu Ghraib,
Thomas Pappas, pelo caso.
O documento, a ser entregue ao
Congresso dos EUA, deve responsabilizar pelos maus-tratos 24 civis, militares e agentes da CIA (o
serviço secreto dos EUA).
Aberto pelo general George Fay
e elaborado com base em sete investigações paralelas, o inquérito
também deve citar médicos militares que tenham testemunhado
ou tido conhecimento dos abusos, mas não os denunciaram.
Segundo o jornal, os acusados
podem sofrer punições administrativas ou ações criminais.
Falhas
O Pentágono evitou emitir opiniões oficiais sobre o inquérito,
alegando que ainda está em fase
de revisão e pode ser modificado.
Seu porta-voz interino, Bryan
Whitman, afirmou que o documento estava quase terminado,
recusando-se a dar detalhes. "É
um relatório muito abrangente."
O documento aponta falhas dos
comandantes na liderança e na
provisão de recursos suficientes
para administrar a prisão.
"Os comandantes deveriam ter
exercido maior supervisão", disse
um oficial do Pentágono que pediu para não ser identificado.
Outro funcionário afirmou que
os comandantes não ordenaram,
encorajaram nem permitiram os
maus-tratos: "Não havia uma política concreta de normas do Pentágono para provocar isso", disse.
O inquérito concluiu ainda que
dois tipos de maus-tratos foram
cometidos em Abu Ghraib. O primeiro, de natureza sexual e violenta, foi totalmente intencional.
O outro tipo teria sido resultante de más interpretações dos procedimentos. "Eles estavam experimentando as técnicas. O guia de
procedimentos estava aberto a interpretações", justificou um oficial do Pentágono.
O escândalo de Abu Ghraib veio
à tona no final de abril com a divulgação de centenas de fotos tiradas dentro da prisão, nas quais
os militares envolvidos apareciam
intimidando, humilhando sexualmente, espancando e maltratando prisioneiros.
Até agora, sete soldados foram
acusados. A maioria alega ter agido sob ordens de oficiais militares
de inteligência.
Um relatório militar preliminar
já apontara que os soldados haviam cometido atos criminosos
"sádicos, primitivos e devassos"
na prisão iraquiana.
Com "New York Times" e agências internacionais
Texto Anterior: Médicos ajudaram a torturar em Abu Ghraib, diz revista Próximo Texto: Oriente Médio: Sharon ignora revés e mantém "plano Gaza" Índice
|