São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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Documento relata tortura de palestino em Israel

DA REDAÇÃO

Interrogadores do Shin Bet (serviço de segurança israelense) torturaram um prisioneiro palestino para conseguir informações, segundo documento divulgado ontem pelo grupo de defesa de direitos humanos Comitê Contra a Tortura. A Suprema Corte de Israel proíbe a tortura, a não ser em condições extremas de segurança, como no caso de um iminente atentado terrorista.
O documento contém uma carta assinada pelo interrogador-chefe do Shin Bet na Cisjordânia que descreve torturas físicas. O palestino Husam Badran teria sido colocado por vários minutos em posição similar à utilizada em um pau-de-arara e estapeado.
Badran foi preso em abril de 2002 na Cisjordânia. As torturas teriam ocorrido em maio daquele ano. O documento foi entregue acidentalmente por um promotor militar israelense ao advogado do palestino, que o repassou ao grupo de direitos humanos.
Segundo o documento, Israel tinha informações de inteligência de que um ataque terrorista contra o país estava sendo preparado e era preciso conseguir mais dados com Badran. Nesse caso, a tortura seria permitida pela Suprema Corte de Israel.
Porém, segundo o advogado de Badran, Labib Habib, a prova de que seu cliente não estava envolvido com o terrorismo é que as torturas começaram apenas três semanas após a sua prisão. Portanto, ele não poderia ter ligação com um atentado iminente.
O Shin Bet não deu declarações sobre a acusação de tortura.
Após supostamente ter sido torturado, Badran confessou algumas das acusações contra ele. Porém, segundo o advogado, elas devem ser invalidadas porque foram conseguidas ilegalmente.
Há mais de 7.000 palestinos presos em Israel. Segundo o Comitê Contra a Tortura, centenas deles reclamam de tortura, mas não têm como provar. O grupo de defesa de direitos humanos espera que, a partir de agora, mais denúncias sejam investigadas.


Com agências internacionais


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