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Documento relata tortura de palestino em Israel
DA REDAÇÃO
Interrogadores do Shin Bet
(serviço de segurança israelense)
torturaram um prisioneiro palestino para conseguir informações,
segundo documento divulgado
ontem pelo grupo de defesa de direitos humanos Comitê Contra a
Tortura. A Suprema Corte de Israel proíbe a tortura, a não ser em
condições extremas de segurança,
como no caso de um iminente
atentado terrorista.
O documento contém uma carta assinada pelo interrogador-chefe do Shin Bet na Cisjordânia
que descreve torturas físicas. O
palestino Husam Badran teria sido colocado por vários minutos
em posição similar à utilizada em
um pau-de-arara e estapeado.
Badran foi preso em abril de
2002 na Cisjordânia. As torturas
teriam ocorrido em maio daquele
ano. O documento foi entregue
acidentalmente por um promotor
militar israelense ao advogado do
palestino, que o repassou ao grupo de direitos humanos.
Segundo o documento, Israel tinha informações de inteligência
de que um ataque terrorista contra o país estava sendo preparado
e era preciso conseguir mais dados com Badran. Nesse caso, a
tortura seria permitida pela Suprema Corte de Israel.
Porém, segundo o advogado de
Badran, Labib Habib, a prova de
que seu cliente não estava envolvido com o terrorismo é que as
torturas começaram apenas três
semanas após a sua prisão. Portanto, ele não poderia ter ligação
com um atentado iminente.
O Shin Bet não deu declarações
sobre a acusação de tortura.
Após supostamente ter sido torturado, Badran confessou algumas das acusações contra ele. Porém, segundo o advogado, elas
devem ser invalidadas porque foram conseguidas ilegalmente.
Há mais de 7.000 palestinos presos em Israel. Segundo o Comitê
Contra a Tortura, centenas deles
reclamam de tortura, mas não
têm como provar. O grupo de defesa de direitos humanos espera
que, a partir de agora, mais denúncias sejam investigadas.
Com agências internacionais
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