DA REDAÇÃO

Sob alegação de "envolvimento com atividades do Hamas", Israel prendeu ontem o vice-premiê palestino, Nasser Shaer. Ele é o mais graduado membro do grupo terrorista -cuja ala política domina o Parlamento- a ser detido em sete semanas de ofensiva israelense nos territórios palestinos.
Soldados levaram o vice-premiê após invadirem sua casa, em Ramallah (Cisjordânia), por volta das 4h30, segundo disse sua mulher, Huda. Ela afirmou que o marido estava escondido desde que o conflito se intensificou, em junho, após militantes palestinos capturarem o soldado israelense Gilad Shalit na faixa de Gaza, na ação que detonou a ofensiva israelense.
Segundo o Exército israelense, Shaer foi preso por seu envolvimento com as atividades dos militantes islâmicos do Hamas. Com a prisão do vice-premiê, são quatro os membros do governo palestino e 28 os legisladores pertencentes ao Hamas detidos por Israel. Outros quatro ministros chegaram a ser presos, mas já foram liberados.
Representantes do Hamas e do partido rival, o Fatah, criticaram a ação israelense. "Eles não estarão satisfeitos com nenhum governo, seja liderado pelo Hamas ou pelo Fatah", afirmou Ghazi Hamad, porta-voz do governo do Hamas. "Por isso, acho que o que eles querem é subverter o regime político palestino."
O legislador do Fatah Saeb Erekat disse que a prisão de Shaer vai contra os esforços do presidente moderado Mahmoud Abbas para formar uma coalizão com o Hamas.
O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, disse achar "embaraçoso" participar de negociações enquanto seus colegas estão na prisão, conforme informou Erekat.
Na Cisjordânia, um palestino disparou contra soldados israelenses, matando um deles e acabou sendo morto pelos inimigos, segundo informações divulgadas pelo Exército.