São Paulo, segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Furacão Dean varre a costa da Jamaica

Tropas do Exército e a polícia patrulham ruas da capital para evitar saques; moradores se recusam a abandonar casas

Tempestade, que já matou oito pessoas, deve ganhar força antes de atingir a costa mexicana, podendo virar tormenta de categoria 5

DA REDAÇÃO

O furacão Dean, com ventos de 230 km/h, atingiu ontem a costa da Jamaica. O governo decretou toque de recolher, e tropas do Exército e a polícia patrulhavam as ruas de Kingston (capital) para evitar saques.
A tormenta já devastou outros países do Caribe e matou oito pessoas, além de fazer centenas de milhares de pessoas abandonarem suas casas, das ilhas Cayman ao Texas, e obrigar o ônibus espacial Endeavour a antecipar sua volta.
O governo jamaicano ergueu mais de mil abrigos de emergência, mas a maior parte da população se recusou a sair de casa. Apenas 47 abrigos foram ocupados. A premiê Portia Simpson Miller fez ontem à tarde um último apelo: "Pela última vez, peço-lhes que saiam ou vão ficar em perigo".
O Dean já é uma tempestade de categoria 4, a segunda mais alta na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, e deverá ainda ganhar força em seu rumo à península de Yucatán, no México, convertendo-se num raro e potencialmente catastrófico furacão de categoria 5.
O governo estabeleceu um toque de recolher de 48 horas nas zonas industriais da cidade e disponibilizou ônibus para levar a população até os abrigos. Ainda antes da chegada das chuvas mais fortes, registraram-se deslizamentos de terra nas comunidades de Maryland e Dallas, ao norte de Kingston.
Muitos residentes de áreas baixas recusaram-se a deixar suas casas. "Não vamos a lugar nenhum", disse Byron Thompson, da cidade de Port Royal. "Na verdade, se você voltar aqui depois, vai me encontrar tomando rum naquele bar com alguns amigos", completou.
A companhia de energia da Jamaica cortou a eletricidade da ilha para prevenir acidentes com a rede. Postos de gasolina fecharam e as poucas lojas abertas foram tomadas por residentes em busca de pilhas, lanternas, alimentos enlatados e água mineral.
Dois homens quase se estapearam numa loja porque um deles tentou furar fila. "A maioria de nós teve de enfrentar o mau tempo para chegar aqui e esperou pacientemente em longas filas. Não dá para o cara chegar aqui e ir passando na frente", disse Dave Brown, que tentava comprar pão e fósforos.

Mortos
Alertas de furacão também estão em vigor para as ilhas Cayman. Antes da Jamaica, o Dean passou ao sul da República Dominicana e do Haiti, que foram poupados dos piores efeitos da tormenta. Três pessoas morreram no Haiti.
Com isso, sobe para oito o número de mortes provocadas pelo furacão, que já devastou a Martinica e Santa Lúcia. O Dean é o primeiro furacão de uma temporada que, segundo previsões dos meteorologistas, será bastante movimentada.
O furacão se move para oeste-noroeste a uma velocidade de 30 km/h. Modelos de computador indicam que, depois da Jamaica, ele atingirá as ilhas Cayman e, no início da semana, a costa do México, cujas autoridades já começaram a retirar pessoas de áreas de risco.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Ásia: Tailandeses aprovam em referendo Carta pós-golpe
Próximo Texto: Oriente Médio: Último gerador desligado deixa Gaza às escuras
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.