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Furacão Dean varre a costa da Jamaica
Tropas do Exército e a polícia patrulham ruas da capital para evitar saques; moradores se recusam a abandonar casas
Tempestade, que já matou oito pessoas, deve ganhar força antes de atingir a costa mexicana, podendo virar tormenta de categoria 5
DA REDAÇÃO
O furacão Dean, com ventos
de 230 km/h, atingiu ontem a
costa da Jamaica. O governo
decretou toque de recolher, e
tropas do Exército e a polícia
patrulhavam as ruas de Kingston (capital) para evitar saques.
A tormenta já devastou outros países do Caribe e matou
oito pessoas, além de fazer centenas de milhares de pessoas
abandonarem suas casas, das
ilhas Cayman ao Texas, e obrigar o ônibus espacial Endeavour a antecipar sua volta.
O governo jamaicano ergueu
mais de mil abrigos de emergência, mas a maior parte da
população se recusou a sair de
casa. Apenas 47 abrigos foram
ocupados. A premiê Portia
Simpson Miller fez ontem à
tarde um último apelo: "Pela
última vez, peço-lhes que
saiam ou vão ficar em perigo".
O Dean já é uma tempestade
de categoria 4, a segunda mais
alta na escala Saffir-Simpson,
que vai até cinco, e deverá ainda
ganhar força em seu rumo à península de Yucatán, no México,
convertendo-se num raro e potencialmente catastrófico furacão de categoria 5.
O governo estabeleceu um
toque de recolher de 48 horas
nas zonas industriais da cidade
e disponibilizou ônibus para levar a população até os abrigos.
Ainda antes da chegada das
chuvas mais fortes, registraram-se deslizamentos de terra
nas comunidades de Maryland
e Dallas, ao norte de Kingston.
Muitos residentes de áreas
baixas recusaram-se a deixar
suas casas. "Não vamos a lugar
nenhum", disse Byron Thompson, da cidade de Port Royal.
"Na verdade, se você voltar aqui
depois, vai me encontrar tomando rum naquele bar com
alguns amigos", completou.
A companhia de energia da
Jamaica cortou a eletricidade
da ilha para prevenir acidentes
com a rede. Postos de gasolina
fecharam e as poucas lojas
abertas foram tomadas por residentes em busca de pilhas,
lanternas, alimentos enlatados
e água mineral.
Dois homens quase se estapearam numa loja porque um
deles tentou furar fila. "A maioria de nós teve de enfrentar o
mau tempo para chegar aqui e
esperou pacientemente em
longas filas. Não dá para o cara
chegar aqui e ir passando na
frente", disse Dave Brown, que
tentava comprar pão e fósforos.
Mortos
Alertas de furacão também
estão em vigor para as ilhas
Cayman. Antes da Jamaica, o
Dean passou ao sul da República Dominicana e do Haiti, que
foram poupados dos piores
efeitos da tormenta. Três pessoas morreram no Haiti.
Com isso, sobe para oito o
número de mortes provocadas
pelo furacão, que já devastou a
Martinica e Santa Lúcia. O
Dean é o primeiro furacão de
uma temporada que, segundo
previsões dos meteorologistas,
será bastante movimentada.
O furacão se move para oeste-noroeste a uma velocidade
de 30 km/h. Modelos de computador indicam que, depois da
Jamaica, ele atingirá as ilhas
Cayman e, no início da semana,
a costa do México, cujas autoridades já começaram a retirar
pessoas de áreas de risco.
Com agências internacionais
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