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IRAQUE SOB TUTELA
EUA preparam megaofensiva contra redutos de insurgentes; senadores republicanos criticam Bush
Premiê diz que não adia eleição no Iraque
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro interino
do Iraque, Ayad Allawi, negou
que a insurgência estivesse ganhando força e insistiu que as
eleições nacionais ocorrerão no
final de janeiro, conforme o planejado. As declarações foram dadas em entrevista à rede de TV
ABC, levada ao ar ontem.
No mesmo dia, reportagem do
"New York Times", citando fontes do comando militar dos EUA
no Iraque, disse que os americanos preparam uma grande ofensiva militar para retomar cidades
sob controle dos insurgentes até
dezembro, em tempo hábil, portanto, para a realização do pleito.
Allawi se encontrou ontem com
o premiê britânico, Tony Blair,
em Londres, onde voltou a afirmar que as eleições de janeiro estão mantidas. Nesta semana, o
iraquiano vai a Nova York participar da Assembléia Geral da ONU.
Questionado sobre o recente
surto de violência -cerca de 300
pessoas morreram na última semana em atentados, seqüestros e
confrontos-, Allawi disse que é
errado presumir que a insurgência esteja crescendo.
"Não está ficando mais forte, está ficando mais desesperada. Estamos pressionando a insurgência", disse, insistindo que Samarra (100 km ao norte de Bagdá) está
sob controle e que há progressos
em Fallujah e Ramadi. As três cidades fazem parte do chamado
Triângulo Sunita, onde os combates têm sido mais intensos.
Sobre a eleição marcada para 31
de janeiro, o premiê não confirmou se será candidato, mas admitiu que está inclinado a fazê-lo.
Megaofensiva
Lutando contra o tempo para
assegurar as eleições de janeiro e
em meio ao recrudescimento da
violência, comandantes americanos no Iraque afirmaram ao jornal "New York Times" que estão
preparando operações para controlar áreas rebeldes, sobretudo
Fallujah, sob controle de insurgentes e grupos islâmicos.
Um alto comandante americano disse que os militares querem
retomar Fallujah e outras áreas
rebeldes entre novembro e dezembro -logo depois, portanto,
da eleição presidencial dos EUA
de 2 de novembro.
Ele se recusou a dar uma data
para a ofensiva, mas disse que ela
depende da disponibilidade de
unidades policiais e militares iraquianas para ocupar a cidade
após a ação americana.
Milhares de futuros policiais e
militares iraquianos estão sendo
treinados num imenso esforço liderado pelos EUA, a um custo de
US$ 800 milhões para a construção de bases e campos de treinamento, entre outras despesas. No
momento, os oficiais americanos
afirmam que há cerca de 40 mil
soldados na Guarda Nacional iraquiana -a força que provavelmente será usada em Fallujah.
Muitos desses soldados não têm
equipamento adequado e possuem pouca ou nenhuma experiência em combate. Os americanos temem que se repita o desastre de abril, quando as forças de
segurança iraquianas foram facilmente suplantadas por levantes
xiitas e sunitas.
Críticas de senadores
Senadores democratas e republicanos exortaram o presidente
George W. Bush a encarar a dura
situação no Iraque e a mudar a
sua política de ocupação.
"O fato é que é necessária uma
análise dura e aprofundada de
nossas políticas. Não fizemos isso
no Vietnã e vimos 11 anos de vítimas crescerem a um ponto em
que finalmente perdemos", disse
à TV CBS o senador Chuck Hagel,
veterano da Guerra do Vietnã e
membro da campanha de Bush
no Estado de Nebraska.
Richard Lugar, presidente da
Comissão de Relações Exteriores
do Senado e também republicano, disse que o governo é "incompetente" na reconstrução iraquiana. Ele disse que Bush gastou apenas US$ 1 bilhão dos US$ 18,4 bilhões aprovados pelo Congresso
para a reconstrução.
"Exatamente certo", disse o senador democrata Joseph Biden,
também membro da comissão
-os dois participavam juntos de
um programa da TV ABC.
Questionado sobre os planos de
uma megaofensiva divulgados
pelo "Times", o senador republicano John McCain disse: "Quanto
mais atrasarmos em lidar com esses santuários, mais difícil será o
desafio e haverá mais mais vítimas. A população iraquiana sofrerá porque insurgentes serão capazes de operar fora desses santuários com cera impunidade."
Com agências internacionais e o "New
York Times"
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