São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007

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Caso Blackwater faz EUA limitarem circulação de diplomatas em Bagdá

Iraquianos dizem que seguranças privados atiraram contra civis desarmados

DA REDAÇÃO

Os EUA proibiram ontem a circulação de seus diplomatas e funcionários civis fora da Zona Verde, a área fortemente militarizada de Bagdá que abriga prédios do governo iraquiano e do comando americano.
A medida, tomada sob pressão do governo iraquiano, visa evitar ataques e conter a animosidade contra a Blackwater, empresa particular responsável pela segurança dos comboios. No domingo, agentes da companhia envolveram-se em um tiroteio que matou 20 pessoas e feriu 35 na capital.
"O que houve foi um crime. Deixou, tanto dentro do governo quanto em meio ao povo iraquiano, profundo ressentimento e indignação", disse o premiê Nuri al Maliki, que pediu o fim do contrato da Blackwater.
A empresa privada, que recebe US$ 800 milhões do governo americano por sua atuação no Iraque e Afeganistão, diz ter reagido "corretamente" a um ataque ao comboio de diplomatas que passava pelo bairro sunita de Mansur. A explosão de um carro-bomba teria provocado a reação. A versão é questionada pelo governo iraquiano.
Testemunhas dizem que os agentes de segurança atiraram indiscriminadamente contra civis. "Ninguém atirou neles, eles não foram cercados por homens armados nem foram alvo de explosão", afirmou o advogado Hasan Salman à rede de TV CNN, da cama do hospital onde está internado. Segundo ele, os agentes bloquearam a rua e fizeram sinais para que os motoristas deixassem o local. "Quando fizemos o retorno, abriram fogo contra os carros."
Os EUA divulgaram comunicado lamentando a "perda de vidas inocentes". Washington criou um comitê conjunto com Bagdá para investigar o caso.
Lei promulgada pelo governo de transição dos EUA após a queda de Saddam Hussein, em 2003, exime as firmas de segurança privadas no Iraque, que hoje têm quase 50 mil homens, de obedecerem as leis do país.


Com agências internacionais


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