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BIOTERRORISMO
4 funcionários do jornal de NY estão sendo tratados com antibióticos; resultado sai hoje
Bactéria chega ao "Times" no Rio
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz) informou ontem à noite
que está analisando um envelope
suspeito de conter a bactéria do
antraz enviado ao correspondente do jornal "The New York Times" no Rio, Larry Rohter.
A direção do jornal mandou um
e-mail para seus funcionários
afirmando que o teste sobre a carta deu positivo para a presença de
"esporos compatíveis com o antraz". Segundo o comunicado eletrônico, assinado por seis membros do comando do jornal nova-iorquino, o envelope foi postado
em Nova York no dia 5 de outubro e despertou suspeitas do jornalista Larry Rohter por não trazer remetente.
A carta, recebida em 16 de outubro, teria sido entregue ainda fechada ao governo brasileiro, para
exame.
A diretora de relações públicas
do jornal, Kathy Park, confirmou
à Folha que foram achados esporos na carta e que os quatro funcionários da sucursal, incluindo o
correspondente e sua secretária,
estão sendo tratados preventivamente com o antibiótico Cipro.
A Folha apurou junto a autoridades brasileiras que foi encontrada uma bactéria na carta e que
há uma possibilidade de ser antraz. A identificação do microrganismo só deve sair hoje, disse a
Funasa (Fundação Nacional da
Saúde). O presidente da Fiocruz,
Paulo Buss, negou que tenha divulgado qualquer resultado e não
confirmou se foi encontrada bactéria no envelope.
As assessorias do Ministério da
Saúde e a Funasa também não
confirmaram se havia sido detectada presença de bactéria no envelope. A Polícia Federal disse não
ter recebido nenhuma informação oficial sobre o caso.
Ainda segundo a assessoria da
Funasa, três pessoas que entraram em contato com o envelope
foram medicadas com antibióticos no Hospital São Sebastião, no
Caju (zona portuária do Rio).
A Folha tentou entrar em contato com Rohter mas, até as 22h,
ele não tinha sido localizado.
Carta em português
Ontem ainda, a direção do "The
New York Times" anunciou que o
resultado dos testes de 32 de seus
funcionários em Nova York deu
negativo para antraz. A redação
havia recebido no dia 12 de outubro carta de conteúdo ameaçador
com um pó marrom, endereçada
à repórter Judith Miller, especialista em bioterrorismo.
No mesmo dia 12, uma carta escrita em português foi recebida
pela redação do "The New York
Times" na sede do jornal, na rua
43, no centro de Manhattan.
À Folha, Catherine Mathis, assessora de imprensa do jornal, só
confirmou o recebimento do envelope, da carta escrita em português e seu conteúdo aparentemente ameaçador. Segundo ela, o
FBI ainda investiga a origem, a
autoria, se há substâncias tóxicas
e mesmo se o português é de Portugal ou do Brasil.
Colaborou a Sucursal do Rio
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