São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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Após levante, votos de índios se dividem

DA REDAÇÃO

Responsável pelo levante que derrubou o presidente Jamil Mahuad em janeiro de 2000, a comunidade indígena do Equador chega à eleição presidencial de hoje dividida. O ex-presidente da Conaie (Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador), Antonio Vargas, foi abandonado por sua entidade, que preferiu apoiar o coronel reformado Lucio Gutiérrez.
Vargas e Gutiérrez lideraram o levante contra Mahuad e fizeram parte, com o então presidente da Suprema Corte, Carlos Solórzano, do triunvirato que tomou a Presidência equatoriana por um dia durante o golpe. Vargas se disse depois "traído" pelos militares, que acabaram apoiando a posse do vice de Mahuad, Gustavo Noboa.
Enquanto Gutiérrez, com 12% das intenções de voto nas pesquisas, disputa palmo a palmo um lugar no segundo turno da eleição (que acontece no mês que vem), Vargas aparecia nas últimas pesquisas de intenção de voto com cerca de 1%.
"Vargas não representa mais os indígenas. Ele apresentou a candidatura por sua conta e risco", diz o atual presidente da Conaie, Leonidas Iza. "Havia muita ambição envolvida", afirmou.
Com a falta de apoios, Vargas chegou a ter problemas para registrar sua candidatura, por falta de assinaturas para respaldar sua agremiação, Amauta Jatari (Sábio Levante), braço político da Federação de Indígenas Evangélicos. Sua postulação só foi confirmada oficialmente há algumas poucas semanas.
Ligado à Conaie, o movimento político Pachakutik (Novo Amanhecer), que conseguiu eleger seis deputados nas eleições de 1996, aposta no apoio a Lucio Gutiérrez para aumentar sua bancada neste ano.
Dois anos atrás, o movimento já havia conseguido eleger cinco governos regionais, 32 prefeituras e uma centena de vereadores.
A população indígena no Equador é estimada entre 30% e 40% dos 12,2 milhões de habitantes do país.


Com agências internacionais


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