São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CLIMA

O furacão, que já matou 11 pessoas e ameaça os EUA, é o mais intenso já registrado na região, com ventos de 280 km/h

Wilma já é o maior furacão do Atlântico

DA REDAÇÃO

O furacão Wilma, que está na área do golfo do México, chegou à categoria 5 e se tornou o mais forte furacão já registrado no Atlântico. O Wilma, cujas chuvas intensas e ventos fortes já causaram estragos em países da América Central e do Caribe, pode atingir o Estado americano da Flórida.
O furacão, que na tarde de ontem se encontrava a cerca de 500 km a sudoeste da ilha de Cozumel, no México, atingiu a pressão mínima de 882 milibares (quanto menor a pressão, maior a força dos ventos do furacão) e seus ventos chegaram a 280 km/h. O Wilma rumava para noroeste, e a previsão era que fizesse um pequeno desvio em sua rota, o que significa que poderia atingir a Flórida no final de semana.
Entre os estragos já causados pela 21ª tempestade tropical do Atlântico na temporada de 2005 (a 12ª a se tornar um furacão), as chuvas do Wilma mataram ao menos 11 pessoas no Haiti, vítimas de deslizamentos de terra. Pelo menos 2.000 pessoas tiveram de deixar suas casas em razão de inundações.
Chuvas fortes anunciando a aproximação do Wilma chegaram a Cuba, onde habitantes e turistas estão sendo removidos de áreas atingidas.
Na Jamaica, onde chove forte desde domingo, um homem morreu e 350 pessoas estão em abrigos. Nas Ilhas Cayman, cerca de mil pessoas estão sem energia elétrica. No México, autoridades pediram que os turistas deixassem a estância de Cancún, que pode ser atingida pelo Wilma.
Embora espere-se que a intensidade do Wilma diminua antes que ele chegue à Flórida, autoridades e a população dos EUA estão se precavendo. "As pessoas precisam se preparar", disse à agência de notícias Reuters Bill Mauldin, o chefe de polícia de Key West, cidade localizada no pequeno arquipélago de Flórida Keys. Lá também os turistas foram instados a ir embora.
"Nós perdemos bem mais de mil vidas com o Katrina", lembrou Max Meyfield, diretor do Centro Nacional de Furacões na Flórida. "Se o Wilma chegar à costa da Flórida na categoria 3 ou 4, esse mesmo potencial que chegará com ele pode ceifar vidas."
O Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em agosto último, matou mais de 1.200 pessoas e provocou prejuízos de mais de US$ 30 bilhões.
O governador da Flórida, Jeb Bush -irmão do presidente George W. Bush-, disse ontem que o governo ordenará em breve que as pessoas deixem suas casas.
Também ontem a Casa Branca anunciou que o presidente Bush recebeu informações sobre o Wilma e declarou que confia que os habitantes da Flórida e da costa do Golfo atenderão aos pedidos das autoridades.
O Wilma, além de ser o furacão mais forte já registrado -os registros começaram a ser tomados em 1851- no Atlântico, alcançou dois recordes: como a 21ª tempestade tropical em uma só temporada, igualou a marca observada em 1933; e, como 12º furacão da temporada, igualou o número de 1969. A temporada de furacões, que dura seis meses, só se encerra em 30 de novembro.

Stan
O ator Mel Gibson encontrou-se ontem com o presidente do México, Vicente Fox, e doou ao país US$ 1 milhão para a recuperação dos estragos causados por outro furacão, o Stan, que deixou recentemente mais de 1.500 mortos e desaparecidos na América Central e no México.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Mídia: EUA reduzem liberdade, diz estudo
Próximo Texto: Mortos em razão de tremor podem passar de 79 mil
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.