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Irã ameaça punir americanos e britânicos
Teerã acusa EUA, Reino Unido e Paquistão de envolvimento em atentado que deixou 42 mortos anteontem; países negam
Entre as vítimas estão seis comandantes da Guarda Revolucionária; regime islâmico diz ter provas de elo entre potências e radicais
DA REDAÇÃO
Um dia após ataques terroristas que mataram seis de seus
comandantes, a Guarda Revolucionária do Irã, mais poderosa força militar do país, afirmou
que irá retaliar EUA e Reino
Unido, que foram acusados
juntamente com o Paquistão de
apoio aos radicais responsabilizados pelo massacre.
O balanço de mortos chegou
ontem a 42 pessoas, depois de
várias horas de relatos conflitantes. Os atentados, os mais
mortíferos em duas décadas no
Irã, ocorreram na manhã de
domingo, durante uma reunião
de comandantes da guarda com
líderes tribais da Província de
Sistão e Baluquistão, perto da
fronteira com o Paquistão.
As ameaças foram corroboradas pelo líder supremo do
Irã, o aiatolá Ali Khamenei. "Os
mercenários da arrogância global devem saber que o sistema
islâmico vai proteger (...) seu
povo leal e punirá aqueles que
violarem suas vidas e segurança", afirmou. O Irã em geral alude aos EUA quando usa o termo
"arrogância global".
Já o presidente Mahmoud
Ahmadinejad disse que os problemas atuais do Oriente Médio têm como raiz a presença
estrangeira na região.
O grupo radical sunita Jundallah ("Soldados de Deus")
confirmou sua responsabilidade no episódio ontem em um
site islâmico. O grupo é formado por membros da etnia baluqui que lutam por autonomia e
direitos dos sunitas no Irã, país
majoritariamente xiita.
Washington, Londres e Islamabad negaram qualquer relação com o Jundallah ou com os
atentados e condenaram veementemente os ataques. "Rejeitamos nos termos mais fortes qualquer sugestão de que
esse atentado tem envolvimento britânico", disse ontem uma
porta-voz da Chancelaria britânica. "Terrorismo é horrível
onde quer que aconteça."
Mas o líder da Guarda Revolucionária, Ali Jafari, disse ter
documentos indicando "laços
diretos" entre o Jundallah e as
inteligências americana, britânica e, "infelizmente, paquistanesa". "Nos bastidores [dos ataques] estão os aparatos de inteligência americano e britânico,
e teremos de agir para puni-los", disse o general Jafari.
Ele ainda afirmou que o Jundollah e seu líder, Abdolmalek
Rigi, estão "sem dúvida sob o
guarda-chuva da proteção" de
serviços dos EUA, do Reino
Unido e do Paquistão.
As ameaças de retaliação ficaram restritas aos dois primeiros. Sobre o Paquistão, disse que uma delegação iraniana
viajará em breve até o país para
apresentar provas de envolvimento. Também exigiu que Islamabad entregue à Justiça iraniana os autores da matança.
"A negativa em entregar os
terroristas não pode ser justificada. As autoridades paquistanesas devem responder pelo
ocorrido", completou o ministro do Interior do Irã.
Com agências internacionais
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