São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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Greves na França entram esvaziadas no sexto dia

Educação e saúde também param contra reduções

Mal Langsdon/Reuters
Parisienses usam bicicletas durante greve, que foi prolongada


DA REDAÇÃO

Embora bastante enfraquecida, a greve nos trens e transportes urbanos entra hoje na França em seu sexto dia, coincidindo com o plano de paralisação dos servidores públicos da educação e da saúde.
São dois conjuntos de reivindicações paralelas, ambos apontados pelas pesquisas como impopulares, o que reforça a intransigência do presidente Nicolas Sarkozy.
O funcionalismo quer aumento de salários e protesta contra a supressão de 18 mil a 23 mil cargos a partir de 2008, com o plano oficial de contratar apenas dois novos funcionários para cada três que se aposentem. O governo está irredutível e argumenta que, nos últimos seis anos, os funcionários tiveram reajustes anuais de 3,5%.
Quanto aos transportes, o ministro do Trabalho, Xavier Bertrand, recuou e disse que negociaria após um "esboço de uma volta ao trabalho", e não quando as greves terminassem, como afirmava antes.
Maquinistas de trens e metrôs e motoristas de ônibus urbanos querem a manutenção do regime especial, que lhes permite uma aposentadoria integral com dois anos e meio de contribuição a menos que os demais assalariados.
Na SNCF (estradas de ferro), os grevistas eram ontem 26% da categoria, contra 32% na sexta-feira. Em média, a metade dos trens circulou. Também circulavam 40% dos ônibus parisienses e um quarto das composições do metrô. Na estatal do setor, a RATP, continuavam em greve 18% dos funcionários, contra 44% na quarta-feira da semana passada, quando o movimento se desencadeou.
Nos setores de gás e eletricidade os grevistas representavam ontem menos de 1%.
O "Monde" diz que a confusão entre as greves de funcionários e dos transportes acaba beneficiando o governo.
Ele vem sendo pressionado a encontrar uma solução para uma situação insuportável para a população. Ontem os congestionamentos ao redor de Paris totalizavam 240 km. Dados oficiais dão conta de um prejuízo econômico diário de 100 milhões (R$ 257 milhões).
Ainda hoje, os franceses não encontrarão jornais nas bancas devido à greve provocada por demissões na cooperativa que monopoliza a distribuição.


Com agências internacionais


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