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Com 3.113 mortos, Sidr já é pior ciclone do século 21
Corpos continuam a ser encontrados em Bangladesh
Samad/France Presse
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Vítimas do ciclone esperam ajuda na cidade de Porir Khal |
DA REDAÇÃO
As mortes provocadas pelo
ciclone Sidr, que varreu Bangladesh com ventos de 233
km/h na noite de quinta e na
madrugada de sexta-feira, já
chegam a 3.113. Corpos continuam a ser encontrados entre
os escombros e 1.063 pessoas
estão desaparecidas, segundo o
último balanço oficial, divulgado ontem pelo porta-voz das
Forças Armadas bengalesas.
O ciclone alagou vilarejos e
destruiu milhares de hectares
de áreas cultivadas no sudoeste
do país; teme-se que fome e
epidemias possam aumentar a
tragédia. O Crescente Vermelho calcula que o total de vítimas fique entre 5.000 e 10 mil.
Segundo a ONU, o número
poderia ser ainda maior não
fosse o sistema de alarme prévio e abrigos instalado no país,
vítima freqüente de tempestades tropicais e ciclones -em
1970, a passagem do Bhola matou meio milhão de pessoas.
"Demônios"
"Pouco antes da meia-noite,
os ventos vieram como centenas de demônios. Nosso barraco foi levado como um pedaço
de papel e todos nós corremos
para o abrigo", relata o agricultor Dhalan Mridha, 45, do vilarejo de Galachipa. Para muitos,
porém, já era tarde.
"Quando nossa casa foi levada por paredes d'água, agarrei
minha filha e corri para o abrigo. As ondas monstruosas a arrancaram de mim", conta
Sheikh Mubarak, 40, na vila vizinha de Bainsamarta. "Alá deveria ter me levado no lugar dela", chora o pai.
Cresce a mobilização internacional para auxílio às vítimas
do Sidr. A União Européia
anunciou ontem envio de mais
5 milhões, totalizando 6,5
milhões. É uma fração dos recursos prometidos pelo continente, que incluem 3,5 milhões do Reino Unido e 2 milhões da Conferência Episcopal
da Itália. Vultosas doações foram anunciadas também pela
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) e
pelos EUA.
A situação dos desabrigados,
porém, ainda é crítica. Barracas, arroz e água potável demoram a chegar. Em muitas vilas
costeiras, os biscoitos do Programa de Alimentos da ONU,
entregues de helicóptero, são
tudo o que há para comer desde
a passagem do Sidr.
Com agência internacionais
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