São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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Com 3.113 mortos, Sidr já é pior ciclone do século 21

Corpos continuam a ser encontrados em Bangladesh

Samad/France Presse
Vítimas do ciclone esperam ajuda na cidade de Porir Khal


DA REDAÇÃO

As mortes provocadas pelo ciclone Sidr, que varreu Bangladesh com ventos de 233 km/h na noite de quinta e na madrugada de sexta-feira, já chegam a 3.113. Corpos continuam a ser encontrados entre os escombros e 1.063 pessoas estão desaparecidas, segundo o último balanço oficial, divulgado ontem pelo porta-voz das Forças Armadas bengalesas.
O ciclone alagou vilarejos e destruiu milhares de hectares de áreas cultivadas no sudoeste do país; teme-se que fome e epidemias possam aumentar a tragédia. O Crescente Vermelho calcula que o total de vítimas fique entre 5.000 e 10 mil.
Segundo a ONU, o número poderia ser ainda maior não fosse o sistema de alarme prévio e abrigos instalado no país, vítima freqüente de tempestades tropicais e ciclones -em 1970, a passagem do Bhola matou meio milhão de pessoas.

"Demônios"
"Pouco antes da meia-noite, os ventos vieram como centenas de demônios. Nosso barraco foi levado como um pedaço de papel e todos nós corremos para o abrigo", relata o agricultor Dhalan Mridha, 45, do vilarejo de Galachipa. Para muitos, porém, já era tarde.
"Quando nossa casa foi levada por paredes d'água, agarrei minha filha e corri para o abrigo. As ondas monstruosas a arrancaram de mim", conta Sheikh Mubarak, 40, na vila vizinha de Bainsamarta. "Alá deveria ter me levado no lugar dela", chora o pai.
Cresce a mobilização internacional para auxílio às vítimas do Sidr. A União Européia anunciou ontem envio de mais 5 milhões, totalizando 6,5 milhões. É uma fração dos recursos prometidos pelo continente, que incluem 3,5 milhões do Reino Unido e 2 milhões da Conferência Episcopal da Itália. Vultosas doações foram anunciadas também pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e pelos EUA.
A situação dos desabrigados, porém, ainda é crítica. Barracas, arroz e água potável demoram a chegar. Em muitas vilas costeiras, os biscoitos do Programa de Alimentos da ONU, entregues de helicóptero, são tudo o que há para comer desde a passagem do Sidr.


Com agência internacionais


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