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HONDURAS
Micheletti afirma que sairá da Presidência antes das eleições
ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA
O presidente interino de
Honduras, Roberto Micheletti, anunciou ontem à noite
que se afastará do poder por
uma semana a partir da próxima quarta-feira, a quatro
dias da eleição presidencial
do dia 29. Em cadeia nacional de rádio e TV, ele afirmou
que o objetivo é permitir um
"período de reflexão".
Micheletti deve ficar fora
do Executivo até 2 de dezembro, quando o Congresso
hondurenho votará sobre a
restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya.
"O meu propósito, com essa medida, é que a atenção de
todos esteja concentrada no
processo eleitoral, e não na
crise política", disse Micheletti, que assumiu o país em
28 de junho, dia em que Zelaya foi deposto sob a acusação
de impulsionar ilegalmente
uma nova Constituição.
O afastamento temporário
é principalmente simbólico,
já que o país será governado
nesse período pelo gabinete,
composto por membros de
confiança de Micheletti.
Pouco depois do anúncio,
Zelaya disse em entrevista ao
canal Telesur que tudo não
passa de "um truque grosseiro que ofende a democracia
hondurenha".
O presidente deposto, que
amanhã completa dois meses refugiado na Embaixada
do Brasil em Honduras, defendeu ontem, por meio de
um comunicado, o adiamento das eleições, que escolherão presidente, parlamentares e prefeitos.
Segundo Zelaya, a realização das eleições sob o regime
Micheletti "são uma aberração jurídica, uma chacota e
um engano para o povo".
Em um comunicado anterior, divulgado na manhã de
ontem, Zelaya exortara a população a, "de maneira consciente, impugnar e denunciar essa fraude eleitoral".
Ambas as notas continham
um cabeçalho com os dizeres
"Presidência da República" e
"do escritório do senhor presidente", em alusão à embaixada brasileira.
O reconhecimento do resultado eleitoral opõe os
EUA a vários países da região, entre os quais o Brasil.
Washington defende a realização do pleito -já marcado
antes do golpe- para superar a crise, mas o governo Lula afirma que não reconhecerá o resultado caso Zelaya
não seja restituído antes.
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