São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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HONDURAS

Micheletti afirma que sairá da Presidência antes das eleições

ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, anunciou ontem à noite que se afastará do poder por uma semana a partir da próxima quarta-feira, a quatro dias da eleição presidencial do dia 29. Em cadeia nacional de rádio e TV, ele afirmou que o objetivo é permitir um "período de reflexão".
Micheletti deve ficar fora do Executivo até 2 de dezembro, quando o Congresso hondurenho votará sobre a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya.
"O meu propósito, com essa medida, é que a atenção de todos esteja concentrada no processo eleitoral, e não na crise política", disse Micheletti, que assumiu o país em 28 de junho, dia em que Zelaya foi deposto sob a acusação de impulsionar ilegalmente uma nova Constituição.
O afastamento temporário é principalmente simbólico, já que o país será governado nesse período pelo gabinete, composto por membros de confiança de Micheletti.
Pouco depois do anúncio, Zelaya disse em entrevista ao canal Telesur que tudo não passa de "um truque grosseiro que ofende a democracia hondurenha".
O presidente deposto, que amanhã completa dois meses refugiado na Embaixada do Brasil em Honduras, defendeu ontem, por meio de um comunicado, o adiamento das eleições, que escolherão presidente, parlamentares e prefeitos.
Segundo Zelaya, a realização das eleições sob o regime Micheletti "são uma aberração jurídica, uma chacota e um engano para o povo".
Em um comunicado anterior, divulgado na manhã de ontem, Zelaya exortara a população a, "de maneira consciente, impugnar e denunciar essa fraude eleitoral". Ambas as notas continham um cabeçalho com os dizeres "Presidência da República" e "do escritório do senhor presidente", em alusão à embaixada brasileira.
O reconhecimento do resultado eleitoral opõe os EUA a vários países da região, entre os quais o Brasil. Washington defende a realização do pleito -já marcado antes do golpe- para superar a crise, mas o governo Lula afirma que não reconhecerá o resultado caso Zelaya não seja restituído antes.


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