São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Líder afegão promete reaver controle do país

Na posse para o 2º mandato, Karzai prevê que forças locais possam responder sozinhas por segurança do Afeganistão em cinco anos

Presidente também afirma estar comprometido em pôr fim à impunidade contra a corrupção, tema pelo qual tem sido cobrado pelos EUA

DA REDAÇÃO

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, foi empossado ontem para um segundo mandato de cinco anos com promessas de assumir o controle da segurança do país e combater a corrupção.
A cerimônia de posse foi o ponto final em um processo iniciado em 20 de agosto, com o primeiro turno de uma eleição presidencial marcada por fraudes. A anulação de mais de 1 milhão de votos obrigou a organização de uma nova votação, mas o presidente foi declarado reeleito sem segundo turno com a desistência de seu concorrente, o ex-chanceler Abdullah Abdullah.
O discurso de Karzai teve como pano de fundo os principais problemas que ele enfrenta: a insurgência do Taleban -que está em seu pior nível em oito anos-, as dúvidas sobre sua legitimidade após o conturbado processo eleitoral e as cobranças feitas por seus aliados ocidentais para que ele se empenhe mais contra a corrupção.
O presidente garantiu que seu governo "está comprometido a encerrar a cultura de impunidade e violação da lei e levar à Justiça os envolvidos em desvios de verbas, subornos e abuso de propriedade pública".
Ele também prometeu nomear ministros "competentes e profissionais", um dia após o jornal "The Washington Post" ter revelado que o titular da pasta de Minas, Mohammad Ibrahim Adel, teria recebido US$ 30 milhões para entregar o maior projeto de desenvolvimento do país a uma empresa de mineração chinesa.

Cronograma
Compartilhando com aliados ocidentais o objetivo de encerrar uma guerra que já dura oito anos, Karzai disse esperar que as forças de segurança afegãs sejam capazes de assumir as áreas mais instáveis do país dentro de três anos, e de todo o território até o fim de seu mandato, permitindo assim que as forças estrangeiras se retirem gradativamente do país.
Após a cerimônia, à qual esteve presente, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se disse "pessoalmente satisfeita em ver o presidente lançar um objetivo ambicioso para o treinamento das forças nacionais de segurança afegãs". "É uma meta que ele acredita poder alcançar, e queremos ajudá-lo", disse.
Em Washington, o secretário da Defesa, Robert Gates, afirmou, no entanto, que é "cedo demais" para estabelecer um cronograma para a transferência das operações das tropas da Otan (aliança ocidental) para as forças afegãs.
Os EUA estão em meio à revisão da estratégia da guerra afegã, que poderá incluir o envio de mais 40 mil soldados ao país asiático. Atualmente, há 110 mil militares estrangeiros no Afeganistão -68 mil americanos.
A cerimônia de posse de Karzai foi acompanhada por 800 pessoas, entre autoridades do governo, militares, líderes tribais e representantes estrangeiros -além de Hillary, também estiveram presentes o chanceler britânico, David Miliband, e o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.


Com agências internacionais


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