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Líder afegão promete reaver controle do país
Na posse para o 2º mandato, Karzai prevê que forças locais possam responder sozinhas por segurança do Afeganistão em cinco anos
Presidente também afirma estar comprometido em pôr fim à impunidade contra a corrupção, tema pelo qual tem sido cobrado pelos EUA
DA REDAÇÃO
O presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, foi empossado
ontem para um segundo mandato de cinco anos com promessas de assumir o controle
da segurança do país e combater a corrupção.
A cerimônia de posse foi o
ponto final em um processo
iniciado em 20 de agosto, com o
primeiro turno de uma eleição
presidencial marcada por fraudes. A anulação de mais de 1 milhão de votos obrigou a organização de uma nova votação,
mas o presidente foi declarado
reeleito sem segundo turno
com a desistência de seu concorrente, o ex-chanceler Abdullah Abdullah.
O discurso de Karzai teve como pano de fundo os principais
problemas que ele enfrenta: a
insurgência do Taleban -que
está em seu pior nível em oito
anos-, as dúvidas sobre sua legitimidade após o conturbado
processo eleitoral e as cobranças feitas por seus aliados ocidentais para que ele se empenhe mais contra a corrupção.
O presidente garantiu que
seu governo "está comprometido a encerrar a cultura de impunidade e violação da lei e levar à Justiça os envolvidos em
desvios de verbas, subornos e
abuso de propriedade pública".
Ele também prometeu nomear ministros "competentes e
profissionais", um dia após o
jornal "The Washington Post"
ter revelado que o titular da
pasta de Minas, Mohammad
Ibrahim Adel, teria recebido
US$ 30 milhões para entregar o
maior projeto de desenvolvimento do país a uma empresa
de mineração chinesa.
Cronograma
Compartilhando com aliados
ocidentais o objetivo de encerrar uma guerra que já dura oito
anos, Karzai disse esperar que
as forças de segurança afegãs
sejam capazes de assumir as
áreas mais instáveis do país
dentro de três anos, e de todo o
território até o fim de seu mandato, permitindo assim que as
forças estrangeiras se retirem
gradativamente do país.
Após a cerimônia, à qual esteve presente, a secretária de
Estado americana, Hillary
Clinton, se disse "pessoalmente satisfeita em ver o presidente
lançar um objetivo ambicioso
para o treinamento das forças
nacionais de segurança afegãs".
"É uma meta que ele acredita
poder alcançar, e queremos
ajudá-lo", disse.
Em Washington, o secretário
da Defesa, Robert Gates, afirmou, no entanto, que é "cedo
demais" para estabelecer um
cronograma para a transferência das operações das tropas da
Otan (aliança ocidental) para as
forças afegãs.
Os EUA estão em meio à revisão da estratégia da guerra afegã, que poderá incluir o envio
de mais 40 mil soldados ao país
asiático. Atualmente, há 110 mil
militares estrangeiros no Afeganistão -68 mil americanos.
A cerimônia de posse de Karzai foi acompanhada por 800
pessoas, entre autoridades do
governo, militares, líderes tribais e representantes estrangeiros -além de Hillary, também estiveram presentes o
chanceler britânico, David Miliband, e o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.
Com agências internacionais
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