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IRAQUE OCUPADO
Ataque contra chefe da administração americana, no último dia 6, ocorreu durante visita de Rumsfeld
Bremer sofreu tentativa de assassinato
DA REDAÇÃO
A principal autoridade americana no Iraque sofreu uma tentativa de assassinato no dia em que
recebia o secretário da Defesa
americano, Donald Rumsfeld, em
Bagdá. Ontem, o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão, Paul
Bremer, admitiu que insurgentes
tentaram matá-lo no último dia 6.
Segundo o diplomata americano que governa o Iraque, uma
bomba explodiu em uma estrada
próxima ao aeroporto da capital
no momento em que passava o
comboio em que ele estava. Em
seguida, insurgentes atacaram
com armas de fogo. Ninguém no
comboio foi ferido.
"Como vocês podem ver, deu
errado", disse Bremer a jornalistas em Basra (sul) ao confirmar a
informação divulgada anteontem
pela TV americana NBC.
Segundo o porta-voz da APC,
Dan Senor, não há provas de que
houvesse um plano elaborado por
trás da tentativa. Senor disse que a
viagem não foi planejada e usou
uma rota na qual ataques contra
as forças dos EUA são comuns.
No último dia 26 de outubro, o
hotel Al Rashid, em Bagdá, foi atacado por mísseis enquanto Paul
Wolfowitz, vice-secretário da Defesa e um dos principais arquitetos da guerra, estava no local.
Militares americanos e iraquianos que colaboram com a ocupação são alvos frequentes da isurgência. Mas essa pode ter sido a
primeira ação contra Bremer.
"Provavelmente foi um ataque
aleatório", disse Senor, acrescentando que o incidente não alterou
a rotina do diplomata. "Esses ataques acontecem aqui o tempo todo, e calhou de ele estar passando
pela estrada naquele momento."
O canal de TV americano ABC
divulgou uma reportagem na
qual afirma que há simpatizantes
do ex-ditador Saddam Hussein
infiltrados nas forças de segurança iraquiana, o que lhes facilitaria
o acesso a informações sobre a
movimentação da coalizão.
Sem revelar nomes, o canal citou fontes dentro do Pentágono
que teriam analisado os documentos encontrados com o ex-ditador no momento de sua captura, no último sábado.
Alvos xiitas
Apesar da redução dos ataques
a soldados americanos, atentados
contra os iraquianos alinhados
aos EUA se tornaram comuns nas
últimas semanas -sobretudo
contra policiais e políticos xiitas.
Anteontem, um integrante do
Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, maior
grupo político xiita no país, foi assassinado em Bagdá. Ontem, uma
bomba explodiu em um prédio na
capital que pertence ao grupo.
O edifício, parcialmente ocupado por famílias sem-teto, foi destruído. Uma mulher morreu, e sete pessoas foram feridas.
O conselho atribui os atentados
a membros do regime deposto,
sunitas privilegiados pelo regime
de Saddam Hussein, também sunita, em detrimento da maioria
xiita. Também ontem, atiradores
abriram fogo contra a sede do Alto Comissariado da ONU para
Refugiados em Mossul (norte). O
local está vazio desde setembro,
quando a ONU retirou seus funcionários estrangeiros do país
após sofrer dois atentados com
um total de 24 vítimas.
A ONU deve decidir em uma
reunião no próximo dia 15 seu papel na transição iraquiana. A APC
pretende passar o poder aos iraquianos em 1º de julho.
Com agências internacionais
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