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ORIENTE MÉDIO
Premiê israelense acenou com ruptura
Após ameaça de ação unilateral, Sharon deve ver premiê palestino
DA REDAÇÃO
Israelenses e palestinos devem
negociar a partir de domingo a
agenda de um novo encontro entre os primeiros-ministros Ariel
Sharon e Ahmed Korei.
A iniciativa busca desbloquear o
atual impasse entre as duas partes. Os palestinos criticaram o plano anunciado anteontem por
Sharon de possível ruptura unilateral de negociações. Sharon disse
que Israel não poderia indefinidamente esperar que seus vizinhos
desarmassem os terroristas.
Sharon foi vago quanto à quantidade de colonos que retiraria da
Cisjordânia e de Gaza. Disse que
aceleraria a construção da barreira que separa Israel da Cisjordânia. Ela incorpora terras palestinas a Israel e passaria a ser a linha
divisória entre as duas partes.
Saeb Erakat, chefe dos negociadores palestinos, disse ontem que
o encontro entre Sharon e Korei
poderia ocorrer, desde que o premiê israelense não descarte o plano norte-americano, que supõe a
preservação de mecanismos bilaterais de negociação. Sharon disse
anteontem que sua prioridade era
o plano dos EUA, que prevê o
combate palestino ao terror.
O porta-voz de Sharon, Raanan
Gissin, disse que o premiê "não
economizaria esforços" para relançar iniciativas favoráveis à paz
e que se dispunha a retirar tropas
israelenses de algumas das cidades da Cisjordânia e esvaziar algumas colônias não-oficiais.
Israel espera que o chanceler
egípcio, Ahmed Maher, pressione
os palestinos no sentido de uma
saída favorável ao impasse. Maher visitará Jerusalém em breve.
Os Estados Unidos, que se
opõem a iniciativas unilaterais
que comprometam seu plano de
paz, disseram ontem estar "muito
satisfeitos" com as declarações de
Sharon, já que ele se comprometeu a remover assentamentos de
terras palestinas. O porta-voz da
Casa Branca, Scott McClellan,
procurou neutralizar a impressão, dada na véspera, de que o
presidente George W. Bush criticara Sharon, com quem tem boas
relações pessoais.
Em Bruxelas, Javier Solana,
coordenador de política externa
da União Européia, disse ter encontrado pontos positivos nas declarações de Sharon, mas advertiu
que "medidas unilaterais não ajudarão a resolver o conflito" entre
palestinos e israelenses.
Em Gaza, colonos israelenses
criticaram o plano de Sharon de
desmantelar assentamentos. Rivka Goldschmit disse que o premiê
havia "se rendido ao terrorismo"
e que resistiria à remoção.
Com agências internacionais
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