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RÚSSIA
Principal unidade da petrolífera é leiloada pelo governo, mas empresa recorrerá
Firma desconhecida leva a Yukos
DA REDAÇÃO
O governo russo vendeu ontem
a principal extratora de petróleo
do grupo Yukos para uma empresa até então desconhecida, a Baikal Finance Group. A empresa
tem 14 dias para pagar US$ 9,3 bilhões por 76,79% das ações da
companhia.
O resultado surpreendeu analistas, já que a empresa sequer estava registrada para participar do
leilão de parte dos ativos que pertenciam ao empresário Mikhail
Khodorkovsky, que está sendo
processado pelo governo por
fraude e evasão fiscal.
Tão logo o resultado foi anunciado, investidores passaram a especular sobre a origem da empresa. A maioria acredita que a gigante estatal Gazprom, que estava
registrada para participar do leilão mas não fez proposta de compra, esteja por trás da Baikal.
A empresa poderia também estar ligada diretamente ao governo, que teria recorrido a uma
companhia "fantasma" para evitar que a Gazprom se visse envolvida em problemas legais.
O porta-voz da Yukos já anunciou que a empresa não reconhece a venda e que irá recorrer à Justiça. "Aqueles que estão por trás
do vencedor sujeitam seus negócios a sérios riscos legais", afirmou o porta-voz.
A última tentativa da Yokus para evitar o leilão foi apelar para a
Justiça norte-americana. A empresa conseguiu entrar com pedido de concordata em uma corte
do Texas. A juíza que aceitou o
pedido da empresa ordenou que a
venda fosse cancelada.
A decisão criou problemas para
a Gazprom, que contava com financiamento de bancos internacionais para fazer sua oferta. Com
a decisão judicial, os bancos congelaram as operações financeiras.
Segundo analistas, o "aparecimento" de um novo comprador,
desconhecido, seria a maneira
ideal de o governo russo contornar o problema e, ao mesmo tempo, evitar que a estatal Gazprom
ficasse vulnerável a processos em
cortes internacionais.
A unidade de petróleo da Yokus
extrai o equivalente a 2% do petróleo produzido no mundo, produção similar ao de todo o Qatar,
país membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo). A venda da unidade é o
primeiro passo de desmantelamento do grupo Yokus que, para
alguns, tem sido perseguido pelo
governo russo por conta das ambições políticas do dono da companhia, Mikhail Khodorkovsky.
Com agências internacionais
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