São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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YouTube e Facebook são censurados

DE PEQUIM

Vídeos mostrando a violência policial chinesa contra monges tibetanos começaram a aparecer no YouTube em março de 2008. Na mesma época, a cantora islandesa Björk pedia a independência do Tibete em um vídeo de um show em Xangai.
O Youtube foi então bloqueado na China e desbloqueado por períodos curtos. Sua cópia chinesa, o Youku, pôde prosperar sem concorrência.
Logo após a onda de protestos que chacoalhou o Irã após a controversa reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad - muitos deles convocados pelo Twitter-, a China decidiu também bloquear o site dos microblogs. Só agora versões chinesas começam a ser liberadas, onde a autocensura é garantida. Semanas depois, o Facebook foi bloqueado.
Analistas acreditavam que o bloqueio seria temporário, na proximidade de datas sensíveis, como os 60 anos da chegada dos comunistas ao poder. Mas as restrições continuaram.
Estima-se que 30 mil censores trabalhem para o governo checando blogs e grandes portais. Os próprios sites fazem sua limpeza, apagando críticas ao partido ou ao governo.
"A internet se tornou uma importante avenida pela qual as forças anti-China se infiltram, sabotam e maximizam sua capacidade de destruição", escreveu o ministro de Segurança Pública, Meng Jianzhu, na revista Qiushi, do Comitê Central do Partido Comunista.
Em junho, o governo chinês tentou exigir de todos os fabricantes de computadores pessoais a instalação de um programa com filtros de internet.
A polêmica foi tão grande - o programa chinês foi acusado até de piratear um software americano - que o governo chinês desistiu da obrigatoriedade. Mas, desde então, milhares de escolas, repartições públicas e fabricantes chineses têm instalado filtros em suas máquinas.
O governo diz que sua campanha pela moralização da internet visa acabar com a pornografia e com a pirataria, mas para críticos o discurso mascara a sanha por controle. (RJL)


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