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Premiê da Letônia cai e se torna 1ª vítima da crise no Leste Europeu
Renúncia é alerta de instabilidade em região assolada por turbulência global
DA REDAÇÃO
O premiê da Letônia, Ivars
Godmani, renunciou ontem ao
cargo em meio à instabilidade
política em que o país báltico
imergiu devido ao agravamento da crise econômica global. A
União Europeia tem alertado
para o risco de a vulnerabilidade econômica dos países leste-europeus gerar uma onda de
convulsão política regional.
A decisão de Godmani, que
vinha resistindo mesmo com
índices de rejeição em 70%, foi
tomada após 2 dos 4 partidos
da coalizão governista de centro-direita retirarem seu apoio
ao premiê. O presidente, Valdis
Zatlers, aceitou a renúncia e
anunciou para segunda o início
das consultas para a formação
de um novo gabinete.
Ex-república soviética, como
as vizinhas Estônia e Lituânia,
a Letônia tem 2,3 milhões de
habitantes e integra a União
Europeia e a Otan (aliança militar ocidental) desde 2004, mas
não adota o euro como moeda.
O governo da Letônia, que assumiu em dezembro de 2007, é
o segundo da Europa -depois
da Islândia- e o primeiro do
Leste Europeu a cair desde o
início da crise. Em meados de
janeiro, violentos protestos já
haviam eclodido na capital Riga
contra a condução que o governo fazia da crise. À época, mais
de cem pessoas foram detidas.
No final de 2008, a Letônia,
um dos países leste-europeus
mais atingido pela crise, tomou
empréstimo de US$ 9,4 bilhões
do Fundo Monetário Internacional e de outros credores. As
medidas de ajuste fiscal exigidas para o empréstimo são consideradas uma das causas da
queda do governo. Riga prevê
queda de 12% no PIB em 2009.
Mas, apesar da pressão política, dificilmente o presidente
convocará novas eleições parlamentares. Segundo analistas,
o mais provável é que a coalizão
abra negociações para incorporar um ou dois partidos hoje fora do governo. Para a oposição,
a retirada do apoio ao premiê é
uma manobra política e não
aplacará a insatisfação social.
O temor do alastramento da
instabilidade fez líderes leste-europeus convocarem uma
reunião dos países da região
que integram a UE para 1º de
março para unificar demandas
em relação a Bruxelas. Devem
participar Polônia, República
Tcheca, Eslováquia, Eslovênia,
Romênia, Bulgária, Lituânia e
Hungria, além da Letônia.
Com agências internacionais
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