São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Premiê da Letônia cai e se torna 1ª vítima da crise no Leste Europeu

Renúncia é alerta de instabilidade em região assolada por turbulência global

DA REDAÇÃO

O premiê da Letônia, Ivars Godmani, renunciou ontem ao cargo em meio à instabilidade política em que o país báltico imergiu devido ao agravamento da crise econômica global. A União Europeia tem alertado para o risco de a vulnerabilidade econômica dos países leste-europeus gerar uma onda de convulsão política regional.
A decisão de Godmani, que vinha resistindo mesmo com índices de rejeição em 70%, foi tomada após 2 dos 4 partidos da coalizão governista de centro-direita retirarem seu apoio ao premiê. O presidente, Valdis Zatlers, aceitou a renúncia e anunciou para segunda o início das consultas para a formação de um novo gabinete.
Ex-república soviética, como as vizinhas Estônia e Lituânia, a Letônia tem 2,3 milhões de habitantes e integra a União Europeia e a Otan (aliança militar ocidental) desde 2004, mas não adota o euro como moeda.
O governo da Letônia, que assumiu em dezembro de 2007, é o segundo da Europa -depois da Islândia- e o primeiro do Leste Europeu a cair desde o início da crise. Em meados de janeiro, violentos protestos já haviam eclodido na capital Riga contra a condução que o governo fazia da crise. À época, mais de cem pessoas foram detidas.
No final de 2008, a Letônia, um dos países leste-europeus mais atingido pela crise, tomou empréstimo de US$ 9,4 bilhões do Fundo Monetário Internacional e de outros credores. As medidas de ajuste fiscal exigidas para o empréstimo são consideradas uma das causas da queda do governo. Riga prevê queda de 12% no PIB em 2009.
Mas, apesar da pressão política, dificilmente o presidente convocará novas eleições parlamentares. Segundo analistas, o mais provável é que a coalizão abra negociações para incorporar um ou dois partidos hoje fora do governo. Para a oposição, a retirada do apoio ao premiê é uma manobra política e não aplacará a insatisfação social.
O temor do alastramento da instabilidade fez líderes leste-europeus convocarem uma reunião dos países da região que integram a UE para 1º de março para unificar demandas em relação a Bruxelas. Devem participar Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Romênia, Bulgária, Lituânia e Hungria, além da Letônia.

Com agências internacionais


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