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Migração do México aos EUA cai mais de 50% em 1 ano
Crise econômica é citada como causa principal da redução no fluxo de migrantes
Volta para o país de origem, no entanto, não aumentou, embora a remessa de dinheiro de latinos nos EUA para casa tenha caído
DA REDAÇÃO
O fluxo de migração do México para os Estados Unidos caiu
mais de 50% entre 2007 e
2008, segundo dados divulgados pelo governo mexicano.
A principal razão apontada
por especialistas naquele país
para a queda acentuada no número de pessoas cruzando a
fronteira ao norte é a crise econômica vivida pelos norte-americanos, que diminuiria os
incentivos para a migração.
Segundo o Instituto Nacional
de Estatística e Geografia do
México, o número de mexicanos deixando o país para morar
nos EUA -incluindo migrantes
regulares e irregulares- caiu
de 933 mil, em 2007, para 654
mil, em 2008 (os dados são medidos em um período de 12 meses, entre setembro do ano anterior e agosto).
Ao mesmo tempo, o número
dos que retornaram dos EUA
ao México variou de 478 mil,
em 2007, para 450 mil no ano
passado. No balanço de entrada
e saída, o saldo é de 204 mil mexicanos a mais vivendo nos
EUA em 2008, contra 455 mil a
mais em 2007.
O presidente do instituto de
estatística, Eduardo Sojo, disse
ter dados de pesquisas recentes
que indicam que o número de
mexicanos que pretendem
emigrar no futuro também está
caindo, o que contribuiria para
a manutenção do fluxo menor.
Para o norte-americano Ira
Mehlman, porta-voz da organização Federação para a Reforma da Imigração Americana,
organização conservadora que
defende maior rigor no controle de imigrantes, a política de
endurecimento do policiamento na fronteira também pode
ter contribuído para a diminuição na chegada de mexicanos
aos Estados Unidos.
A crise, no entanto, parece
ter influenciado pouco na decisão contrária, de imigrantes
deixarem os EUA e retornarem
para seu país de origem. "A
maioria daqueles que estão nos
Estados Unidos vivem lá com
suas famílias, têm parentes lá",
diz o antropólogo mexicano
Agustin Escobar.
"Sendo assim, eles vão procurar [caso percam o emprego]
outras ocupações temporárias
ou precárias, ou vão depender
da ajuda de seus parentes, antes de simplesmente deixarem
os EUA", afirma.
Apesar de permanecerem
nos Estados Unidos, esses imigrantes têm enviado menos dinheiro para parentes em seus
países de origem.
No caso do México, o volume
total de remessas baixou 3,6%
em 2008 -e o número de famílias mexicanas que recebem esse dinheiro também diminuiu.
Fenômeno similar ocorreu
no Equador, onde a queda foi
de 8,6% -os imigrantes equatorianos residentes nos EUA
respondem por 47% do total de
remessas para o país, seguidos
pelos que vivem na Espanha,
que contribuem com 41% do
volume de recursos recebido.
Com agências internacionais
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