São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Migração do México aos EUA cai mais de 50% em 1 ano

Crise econômica é citada como causa principal da redução no fluxo de migrantes

Volta para o país de origem, no entanto, não aumentou, embora a remessa de dinheiro de latinos nos EUA para casa tenha caído

DA REDAÇÃO

O fluxo de migração do México para os Estados Unidos caiu mais de 50% entre 2007 e 2008, segundo dados divulgados pelo governo mexicano.
A principal razão apontada por especialistas naquele país para a queda acentuada no número de pessoas cruzando a fronteira ao norte é a crise econômica vivida pelos norte-americanos, que diminuiria os incentivos para a migração.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México, o número de mexicanos deixando o país para morar nos EUA -incluindo migrantes regulares e irregulares- caiu de 933 mil, em 2007, para 654 mil, em 2008 (os dados são medidos em um período de 12 meses, entre setembro do ano anterior e agosto).
Ao mesmo tempo, o número dos que retornaram dos EUA ao México variou de 478 mil, em 2007, para 450 mil no ano passado. No balanço de entrada e saída, o saldo é de 204 mil mexicanos a mais vivendo nos EUA em 2008, contra 455 mil a mais em 2007.
O presidente do instituto de estatística, Eduardo Sojo, disse ter dados de pesquisas recentes que indicam que o número de mexicanos que pretendem emigrar no futuro também está caindo, o que contribuiria para a manutenção do fluxo menor.
Para o norte-americano Ira Mehlman, porta-voz da organização Federação para a Reforma da Imigração Americana, organização conservadora que defende maior rigor no controle de imigrantes, a política de endurecimento do policiamento na fronteira também pode ter contribuído para a diminuição na chegada de mexicanos aos Estados Unidos.
A crise, no entanto, parece ter influenciado pouco na decisão contrária, de imigrantes deixarem os EUA e retornarem para seu país de origem. "A maioria daqueles que estão nos Estados Unidos vivem lá com suas famílias, têm parentes lá", diz o antropólogo mexicano Agustin Escobar.
"Sendo assim, eles vão procurar [caso percam o emprego] outras ocupações temporárias ou precárias, ou vão depender da ajuda de seus parentes, antes de simplesmente deixarem os EUA", afirma.
Apesar de permanecerem nos Estados Unidos, esses imigrantes têm enviado menos dinheiro para parentes em seus países de origem.
No caso do México, o volume total de remessas baixou 3,6% em 2008 -e o número de famílias mexicanas que recebem esse dinheiro também diminuiu.
Fenômeno similar ocorreu no Equador, onde a queda foi de 8,6% -os imigrantes equatorianos residentes nos EUA respondem por 47% do total de remessas para o país, seguidos pelos que vivem na Espanha, que contribuem com 41% do volume de recursos recebido.

Com agências internacionais


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