UOL


São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRISE HUMANITÁRIA

Secretário-geral da ONU exorta "todas as partes" a respeitar direito internacional

Annan pede que civis sejam protegidos

DA REUTERS

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu ontem que "todas as partes" envolvidas na guerra no Iraque "respeitem escrupulosamente as exigências" das leis humanitárias internacionais, ressaltando que a proteção da população civil iraquiana e dos refugiados deve ser prioritária.
Ao ler uma mensagem na sede da ONU, Annan lamentou que as operações militares lançadas pelos EUA não contem com "maior legitimidade nem com um apoio internacional mais amplo".
O Conselho de Segurança da ONU jamais adotou uma resolução que autorizasse abertamente a ofensiva militar atual. Mas Washington diz que algumas resoluções do órgão permitem a ação militar, pois afirmam que o Iraque poderia sofrer "sérias consequências" se não respeitasse totalmente as exigências da ONU.
Especialistas em direito internacional não são unânimes quanto à legalidade da guerra. Bagdá disse ontem que a ação dos EUA é uma violação às leis internacionais e que os EUA estão agindo como um "Estado terrorista".
Annan mostrou-se preocupado com o direito humanitário internacional. "Espero que as partes envolvidas no conflito respeitem escrupulosamente as exigências do direito humanitário internacional e façam tudo para proteger a população civil das graves consequências da guerra", declarou.
Ele pediu autorização ao Conselho de Segurança da ONU para voltar a aplicar o programa de troca de petróleo iraquiano por alimentos para sua população.
Esse programa foi suspenso há alguns dias. Desde que foi instituído, há sete anos, ele foi responsável pelo envio de cerca de US$ 36 bilhões em alimentos ao Iraque. Segundo a ONU, 60% dos iraquianos dependem dele para conseguir alimentar-se corretamente.
O sueco Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU, disse estar "decepcionado" com a decisão americana de dar início à guerra antes que seus comandados completassem sua missão em território iraquiano.
Ele afirmou a uma rádio da rede britânica BBC que não tem certeza de que os iraquianos tenham armas de destruição em massa e que os inspetores da ONU vinham contanto com uma crescente cooperação do regime iraquiano. As recentes inspeções duraram menos de quatro meses.


Texto Anterior: EUA questionam se era Saddam ou sósia na TV
Próximo Texto: Número de refugiados ainda não é crítico
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.