DA REDAÇÃO

Menos de três horas depois de os primeiros mísseis atingirem Bagdá ontem, na madrugada do que manifestantes britânicos apelidaram de o "Dia da Vergonha", uma onda de protestos começou na Ásia e na Austrália e rapidamente alcançou o Oriente Médio, a Europa e as Américas.
Centenas de milhares de manifestantes, a maioria adolescentes, saíram às ruas de ao menos 30 cidades. Os maiores protestos ocorreram em Atenas e Berlim e atraíram 100 mil pessoas cada um. Centenas de milhares foram às ruas na Espanha e na Itália. Em várias cidades, houve violência entre manifestantes e policiais.
No Egito, 5.000 manifestantes, a maioria universitários, tentaram três vezes quebrar um cordão policial ao redor da Embaixada dos EUA no Cairo, mas foram afastados com canhões de água e cassetetes. Muitos começaram a jogar pedras na direção do edifício. Pelo menos 43 pessoas ficaram feridas.
Em Madri, a polícia usou balas de borracha para dispersar dezenas de milhares de pessoas que se reuniram no centro da cidade.
Na Itália, manifestantes e policiais entraram em confronto em Roma, Milão, Trieste e Veneza -nesta última, quando centenas de pessoas começaram a jogar ovos no consulado britânico.
Em Londres, onde cerca de 5.000 estudantes deixaram escolas para protestar contra a guerra, a polícia tirou à força cerca de cem adolescentes que deitaram diante do Parlamento. Com cartazes referindo-se ao "Dia da Vergonha", milhares saíram às ruas da capital britânica e outras cidades para protestar contra a participação do Reino Unido na guerra.
Em Buenos Aires, a polícia disparou balas de borracha contra manifestantes que apedrejavam a Embaixada dos EUA.
Em Paris, onde 40 mil foram às ruas, dezenas de pessoas que vandalizaram um McDonald's entraram em confronto com a polícia.
Em Melbourne, Austrália, milhares de manifestantes foram às ruas hoje, no segundo dia consecutivo de atos. Mais de 10 mil pessoas protestaram em Sydney.