São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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SEGURANÇA
Sete taxistas já foram assassinados este ano na cidade, e assunto entra na campanha pelo Senado
Morte de taxistas comove Nova York

DAVID USBORNE
do "The Independent"

Dizem que Nova York se tornou um lugar seguro, o que não quer dizer muito para os milhares de motoristas uniformizados que circulam em limusines pretas ou prateadas, tão comuns na cidade quanto os táxis amarelos. Para eles, é tempo de medo.
Desde o começo do ano, pelo menos sete motoristas uniformizados foram mortos em serviço, quase sempre à noite e em áreas em que poucos táxis amarelos ousam circular. No ano passado, nada menos que 11 deles foram assassinados. Nenhum taxista comum (dos carros amarelos) foi morto desde 1997.
A quantidade de mortos é um grande problema para o prefeito Rudolph Giuliani, cuja campanha para o Senado está enfatizando para o público que o crime na cidade foi contido e reduzido durante seu governo. Giuliani concorre com a primeira-dama do país, Hillary Clinton, por uma vaga no Senado.
Giuliani pediu que as limusines -normalmente de propriedade dos motoristas- fossem equipadas com vidros à prova de balas entre os bancos do motorista e do passageiro ou com câmeras digitais. Também prometeu US$ 300 para cada veículo como ajuda de custo para a segurança.
Enquanto isso, uma frota especial criada pelo Departamento de Polícia será ampliada de 40 para 300 homens. Alguns trabalharão à paisana dirigindo limusines pelas cinco regiões da cidade. Outros patrulharão as chamadas "zonas livres" que serão criadas nas áreas mais perigosas da cidade, onde motoristas com problemas poderão pedir ajuda.
Entre os motoristas mortos está Luís Francisco Perez. Assassinado em uma rua deserta no Bronx perto da meia-noite, Perez era um imigrante recém-chegado aos EUA. Morreu deixando um filho pequeno dias antes de completar 30 anos.
As novas medidas de segurança não serão aplicadas aos carros que servem os executivos de grandes empresas, uma vez que circulam somente no centro de Manhattan. A maior parte das 30 mil limusines que circulam na cidade servem às cinco regiões, sendo que a maioria da frota opera longe do circuito restrito a Manhattan. Equipados com rádio, os carros deveriam trabalhar somente com chamadas telefônicas.
De acordo com as regras da cidade, as limusines não devem receber passageiros que as parem na rua, mas a maioria o faz para aumentar seus ganhos. Mas parar na rua pode ser muito arriscado. "Os motoristas só estão tentando pôr comida na mesa de suas famílias", disse Fernando Mateo, presidente da Federação dos Motoristas de Táxi: "Quando virem uma corrida de US$ 5, pararão".



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