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ESLOVÁQUIA
Meciar é suspeito de sequestro
Ex-primeiro-ministro é preso por corrupção
ADAM LEBOR
do "The Independent"
O ex-primeiro-ministro da Eslováquia Vladimir Meciar foi preso ontem, acusado de corrupção.
Ele foi detido de maneira dramática por policiais que arrombaram a porta de sua casa.
Meciar está sendo acusado de
abuso de poder e fraude no período em que ocupou o comando do
governo, crimes que, caso sejam
comprovados, prevêem uma pena de três a dez anos de prisão.
Acusado de ter pago bônus ilegais para dois de seus ministros
durante seu mandatos (Meciar foi
premiê da Eslováquia entre 1993 e
1998), num total de US$ 124 mil,
Meciar tem uma vida política
controversa.
O ex-primeiro-ministro foi um
dos responsáveis pelo desmembramento da Tcheco-Eslováquia,
em 1993. Mas provou-se incapaz
de operar a transição do sistema
político unipartidário do comunismo para o pluripartidarismo.
Seu partido, o Movimento para a
Democracia na Eslováquia, controlou o país desde a separação da
República Tcheca, em 1993, até
sua saída do poder, em 1998,
quando perdeu as eleições.
Sob o governo autocrático do
ex-boxeador, a Eslováquia foi invadida por organizações mafiosas
que concorriam pelo controle da
prostituição, do tráfico de drogas
e da imigração ilegal para os países da Europa Ocidental. Acredita-se ainda que grupos do crime
organizado tenham penetrado no
serviço secreto do país. Em razão
da suspeita, os membros do governo de Meciar foram excluídos
de encontros internacionais das
agências de inteligência da região.
O maior incidente ocorrido em
seu governo foi o sequestro de
Michal Kovac, em 1995, filho do
ex-presidente eslovaco, também
chamado Michal Kovac, adversário político de Meciar. Sequestrado à mão armada, Kovac foi encontrado na Áustria.
Sua prisão ocorreu depois de ter
se negado a prestar depoimento à
polícia sobre o sequestro. Ninguém nunca foi indiciado no caso, e a polícia diz que não poderia
dar seguimento às investigações
sem o depoimento de Meciar.
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