São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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CRISE ANDINA
Medida foi adotada após distúrbios que mataram 9
Bolívia suspende o estado de sítio após 12 dias de vigência

das agências internacionais

O governo da Bolívia suspendeu ontem o estado de sítio mais curto da história do país -12 dias. "Tomamos essa decisão (de suspender o estado de sítio) para colocar novamente a nação nos caminhos do trabalho, da reativação econômica e do progresso", disse o presidente Hugo Bánzer.
Horas antes de anunciada a suspensão da medida de exceção, a Igreja Católica havia pedido uma "flexibilização" do governo por causa da entrada das comemorações da Semana Santa.
O estado de sítio foi adotado depois que uma greve geral contra o aumento das tarifas de água e a construção de uma represa em Cochabamba (centro) deu início a uma série manifestações populares e greves. A maior central sindical camponesa do país aderiu ao protesto e promoveu bloqueios de estradas.
Outras reivindicações foram incorporadas ao movimento à medida que ele crescia. O estado de sítio não evitou que universitários e trabalhadores saíssem às ruas para continuar protestando.
Enfrentamentos com a polícia deixaram cinco mortos em Cochabamba e quatro nos bloqueios das estradas na região andina. Cerca de 118 pessoas ainda estão presas por causa dos distúrbios.
Desde que a Bolívia se tornou independente, em 1825, 88 estados de sítio foram impostos pelos sucessivos governos. Sessenta e três desses estados de sítio aconteceram nos últimos cem anos.
Os três presidentes da Bolívia que antecederam Bánzer -Gonzalo Sánchez de Lozada, Jaime Paz Zamora e Víctor Paz Estenssoro- utilizaram o estado de sítio.


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