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CRISE ANDINA
Medida foi adotada após distúrbios que mataram 9
Bolívia suspende o estado de sítio após 12 dias de vigência
das agências internacionais
O governo da Bolívia suspendeu
ontem o estado de sítio mais curto
da história do país -12 dias. "Tomamos essa decisão (de suspender o estado de sítio) para colocar
novamente a nação nos caminhos
do trabalho, da reativação econômica e do progresso", disse o presidente Hugo Bánzer.
Horas antes de anunciada a suspensão da medida de exceção, a
Igreja Católica havia pedido uma
"flexibilização" do governo por
causa da entrada das comemorações da Semana Santa.
O estado de sítio foi adotado depois que uma greve geral contra o
aumento das tarifas de água e a
construção de uma represa em
Cochabamba (centro) deu início
a uma série manifestações populares e greves. A maior central sindical camponesa do país aderiu
ao protesto e promoveu bloqueios de estradas.
Outras reivindicações foram incorporadas ao movimento à medida que ele crescia. O estado de
sítio não evitou que universitários
e trabalhadores saíssem às ruas
para continuar protestando.
Enfrentamentos com a polícia
deixaram cinco mortos em Cochabamba e quatro nos bloqueios
das estradas na região andina.
Cerca de 118 pessoas ainda estão
presas por causa dos distúrbios.
Desde que a Bolívia se tornou
independente, em 1825, 88 estados de sítio foram impostos pelos
sucessivos governos. Sessenta e
três desses estados de sítio aconteceram nos últimos cem anos.
Os três presidentes da Bolívia
que antecederam Bánzer -Gonzalo Sánchez de Lozada, Jaime
Paz Zamora e Víctor Paz Estenssoro- utilizaram o estado de sítio.
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