São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice VISITA Ao receber deputados brasileiros, líder palestino elogia envio de representante à região Arafat agradece a Lula por embaixador Hussein Hussein/France Presse Arafat posa com a bandeira do Brasil e delegação liderada por Murad (fazendo o sinal "V") OTÁVIO DIAS ENVIADO ESPECIAL A RAMALLAH O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, agradeceu ontem a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de indicar um embaixador extraordinário para o processo de paz no Oriente Médio. "Agradeço ao povo brasileiro essa iniciativa, que é uma decisão à altura do Brasil", disse o líder palestino, ao receber a visita de um grupo de quatro deputados federais brasileiros. A delegação brasileira, chefiada pelo deputado Jamil Murad (PC do B/SP), visitou Arafat na Mukata, seu QG em Ramallah, onde o líder palestino permanece há mais de dois anos sem poder sair, devido à ameaça do governo de Israel de matá-lo ou impedir seu retorno aos territórios palestinos, caso viaje ao exterior. A Folha participa da viagem a convite da representação diplomática da ANP em Brasília. A reunião ocorreu numa sala relativamente pequena, totalmente fechada. A entrada do prédio é fortificada com diversos barris cheios de areia para proteger o presidente da ANP de eventuais bombardeios a seu QG, que já foi parcialmente destruído durante a atual Intifada (levante palestino). O presidente da ANP estava bem humorado e parecia bem de saúde. Ao final, ele saiu à porta do prédio e rejeitou as ameaças israelenses: "Nem eu nem o povo palestino tememos as ameaças de Israel. A ameaça não é só a mim, mas a todos os palestinos, muçulmanos e cristãos, que vivem na Terra Santa." Violência Soldados israelenses mataram quatro palestinos e deixaram outros 33 feridos -um deles em estado gravíssimo- durante uma ação ontem na faixa de Gaza, em resposta a um ataque de foguetes contra assentamentos judaicos. O bombardeio palestino foi, por sua vez, uma vingança pela morte do líder do Hamas, Abdel Aziz Rantisi, assassinado por Israel no fim de semana. Rantisi havia substituído Ahmed Yassin, também morto pelos israelenses. Texto Anterior: União Européia: Blair sofre ataque após pedir plebiscito sobre Carta da UE Próximo Texto: Oriente Médio: "Espião nuclear" é solto em Israel após 18 anos Índice

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