São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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EUA

Presidente tem 48% de apoio, contra 43% de democrata

Bush se recupera em pesquisa após barragem de anúncios contra Kerry

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Começou a dar resultados a estratégia do Partido Republicano de intensificar a exposição do presidente George W. Bush na mídia e de atacar, em bases diárias e em vários Estados, o virtual adversário democrata, John Kerry.
Duas novas pesquisas divulgadas ontem mostraram uma virada de Bush sobre Kerry nos últimos dias, apesar da deterioração da situação no Iraque e das investigações sobre a ação da Casa Branca em relação aos atentados do 11 de Setembro.
Embalado por uma exposição três vezes maior na TV -em anúncios pagos e no noticiário- do que o virtual oponente nas eleições de 2 de novembro, Bush também ganhou terreno em pontos sensíveis como a economia.
Segundo pesquisa "The Washington Post"/ABC News, Bush tem agora 48% da preferência do eleitorado, contra 43% para Kerry. Podem estar empatados, já que a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou menos. Mas o resultado é o inverso do de março.
Outra sondagem, da TV CNN, mostrou a mesma tendência de virada de Bush sobre Kerry (também dentro da margem de erro), com 48% para o republicano e 45% para o democrata.
O "Post" divulgou também um levantamento realizado a partir de 3 de março que mostra Bush aparecendo três vezes mais do que Kerry no noticiário da TV -em entrevistas ou campanha.
A proporção é praticamente a mesma da dos anúncios de campanha veiculados na TV e pagos pelos próprios candidatos.
Bush gastou cerca de US$ 40 milhões nos últimos 27 dias para atacar Kerry, descrevendo-o como um candidato titubeante, fraco em assuntos de defesa e liberal em questões sensíveis como aborto e uso de drogas. Os ataques contra a "honestidade" e a "determinação" de Kerry fizeram estragos: perdeu dez pontos no primeiro item e nove no segundo em menos de um mês. Bush também ganhou terreno no ponto mais sensível do eleitorado: o bolso.
Caiu em dez pontos (para 26%) o percentual de eleitores que vêem a situação econômica como preocupante. A partir do final de 2003, a economia ganhou novo impulso, e houve dados alentadores no emprego em março.
O maior desafio de Bush agora é diminuir o desemprego, tido como responsável pela ruína do plano de reeleição de seu pai, o ex-presidente George Bush (89-93).
Em meio às mortes de cerca de cem soldados no Iraque só em abril, o assunto voltou a ganhar peso na percepção do eleitorado. Mas, mesmo aqui, 66% dizem que os EUA devem continuar no Iraque, mesmo com novas baixas.
Bush manteve estagnada em 51% a taxa geral de aprovação de seu governo. O percentual é menor do que o obtido nesta época do ano pelos ex-presidentes Bill Clinton e Ronald Reagan (que se reelegeram), mas um pouco superior ao que tinham Bush pai e Jimmy Carter antes de serem derrotados na tentativa de reeleição.


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