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EUA
Presidente tem 48% de apoio, contra 43% de democrata
Bush se recupera em pesquisa após barragem de anúncios contra Kerry
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Começou a dar resultados a estratégia do Partido Republicano
de intensificar a exposição do presidente George W. Bush na mídia
e de atacar, em bases diárias e em
vários Estados, o virtual adversário democrata, John Kerry.
Duas novas pesquisas divulgadas ontem mostraram uma virada de Bush sobre Kerry nos últimos dias, apesar da deterioração
da situação no Iraque e das investigações sobre a ação da Casa
Branca em relação aos atentados
do 11 de Setembro.
Embalado por uma exposição
três vezes maior na TV -em
anúncios pagos e no noticiário-
do que o virtual oponente nas
eleições de 2 de novembro, Bush
também ganhou terreno em pontos sensíveis como a economia.
Segundo pesquisa "The Washington Post"/ABC News, Bush
tem agora 48% da preferência do
eleitorado, contra 43% para
Kerry. Podem estar empatados, já
que a margem de erro da pesquisa
é de três pontos percentuais, para
mais ou menos. Mas o resultado é
o inverso do de março.
Outra sondagem, da TV CNN,
mostrou a mesma tendência de
virada de Bush sobre Kerry (também dentro da margem de erro),
com 48% para o republicano e
45% para o democrata.
O "Post" divulgou também um
levantamento realizado a partir
de 3 de março que mostra Bush
aparecendo três vezes mais do
que Kerry no noticiário da TV
-em entrevistas ou campanha.
A proporção é praticamente a
mesma da dos anúncios de campanha veiculados na TV e pagos
pelos próprios candidatos.
Bush gastou cerca de US$ 40 milhões nos últimos 27 dias para atacar Kerry, descrevendo-o como
um candidato titubeante, fraco
em assuntos de defesa e liberal em
questões sensíveis como aborto e
uso de drogas. Os ataques contra
a "honestidade" e a "determinação" de Kerry fizeram estragos:
perdeu dez pontos no primeiro
item e nove no segundo em menos de um mês. Bush também ganhou terreno no ponto mais sensível do eleitorado: o bolso.
Caiu em dez pontos (para 26%)
o percentual de eleitores que
vêem a situação econômica como
preocupante. A partir do final de
2003, a economia ganhou novo
impulso, e houve dados alentadores no emprego em março.
O maior desafio de Bush agora é
diminuir o desemprego, tido como responsável pela ruína do plano de reeleição de seu pai, o ex-presidente George Bush (89-93).
Em meio às mortes de cerca de
cem soldados no Iraque só em
abril, o assunto voltou a ganhar
peso na percepção do eleitorado.
Mas, mesmo aqui, 66% dizem que
os EUA devem continuar no Iraque, mesmo com novas baixas.
Bush manteve estagnada em
51% a taxa geral de aprovação de
seu governo. O percentual é menor do que o obtido nesta época
do ano pelos ex-presidentes Bill
Clinton e Ronald Reagan (que se
reelegeram), mas um pouco superior ao que tinham Bush pai e
Jimmy Carter antes de serem derrotados na tentativa de reeleição.
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