São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2006

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TERROR

Liberação veio por ordem judicial

EUA dão nomes dos presos em Guantánamo

LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK

Em reposta a uma ação baseada na Lei de Liberdade de Informação, o Pentágono liberou anteontem à noite uma lista com nome e nacionalidade de 558 prisioneiros do campo de Guantánamo, onde os EUA detêm suspeitos de terrorismo -ou "inimigos combatentes"- sem julgamento formal e em violação de convenções.
É a primeira vez que os nomes são listados ao público desde que os prisioneiros começaram a chegar na base americana em Cuba, em 2002. A ONU e diversos grupos de direitos humanos já pediram o fechamento da prisão. Segundo o Pentágono, todos os 558 passaram por audiência militar em 2004 e 2005 na base, e 490 permanecem detidos.
Capturados no Afeganistão por suspeita de envolvimento com a rede terrorista Al Qaeda ou com o regime Taleban, a maioria dos detidos são sauditas (132), afegãos (125) ou iemenitas (107). O restante é de 40 outros países e da Cisjordânia, incluindo Canadá, Austrália, Reino Unido, França e Bélgica. Seis são iraquianos.
Apenas 10% foram indiciados, e nenhum julgamento foi concluído. Segundo a Associated Press, que entrou com a ação contra o Departamento de Estado, a lista não inclui os 750 detidos que em algum momento passaram pela base naval em Cuba.
Centenas de nomes eram conhecidos devido a relatos de parentes ou advogados. Milhares de páginas de documentação liberada nos últimos dois meses, também por ação judicial, identificavam muitos dos detidos. A Cruz Vermelha disse que a lista representa o primeiro comunicado oficial para muitas famílias de prisioneiros.
A liberação dos nomes irritou alguns governos, como os da China e Paquistão, que exigiram a repatriação de seus nacionais ou criticaram os EUA por terem repassado informações incorretas.
Um porta-voz disse que o Pentágono determinou que seria "prudente" liberar a lista. Antes, o Departamento da Defesa alegava risco à segurança nacional e necessidade de manter sigilo das investigações.


Com agências internacionais

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