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TERROR
Liberação veio por ordem judicial
EUA dão nomes dos presos em Guantánamo
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
Em reposta a uma ação baseada
na Lei de Liberdade de Informação, o Pentágono liberou anteontem à noite uma lista com nome e
nacionalidade de 558 prisioneiros
do campo de Guantánamo, onde
os EUA detêm suspeitos de terrorismo -ou "inimigos combatentes"- sem julgamento formal e
em violação de convenções.
É a primeira vez que os nomes
são listados ao público desde que
os prisioneiros começaram a chegar na base americana em Cuba,
em 2002. A ONU e diversos grupos de direitos humanos já pediram o fechamento da prisão. Segundo o Pentágono, todos os 558
passaram por audiência militar
em 2004 e 2005 na base, e 490 permanecem detidos.
Capturados no Afeganistão por
suspeita de envolvimento com a
rede terrorista Al Qaeda ou com o
regime Taleban, a maioria dos detidos são sauditas (132), afegãos
(125) ou iemenitas (107). O restante é de 40 outros países e da
Cisjordânia, incluindo Canadá,
Austrália, Reino Unido, França e
Bélgica. Seis são iraquianos.
Apenas 10% foram indiciados, e
nenhum julgamento foi concluído. Segundo a Associated Press,
que entrou com a ação contra o
Departamento de Estado, a lista
não inclui os 750 detidos que em
algum momento passaram pela
base naval em Cuba.
Centenas de nomes eram conhecidos devido a relatos de parentes ou advogados. Milhares de
páginas de documentação liberada nos últimos dois meses, também por ação judicial, identificavam muitos dos detidos. A Cruz
Vermelha disse que a lista representa o primeiro comunicado oficial para muitas famílias de prisioneiros.
A liberação dos nomes irritou
alguns governos, como os da China e Paquistão, que exigiram a repatriação de seus nacionais ou
criticaram os EUA por terem repassado informações incorretas.
Um porta-voz disse que o Pentágono determinou que seria
"prudente" liberar a lista. Antes, o
Departamento da Defesa alegava
risco à segurança nacional e necessidade de manter sigilo das investigações.
Com agências internacionais
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