São Paulo, terça-feira, 21 de abril de 2009

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Negociação árdua tentou evitar boicote

DE GENEBRA

Mesmo depois de vários meses de árdua negociação em torno do documento que serve de base para a Conferência de Revisão de Durban, a ONU não conseguiu prevenir as amargas divisões que marcaram o encontro de 2001, na África do Sul.
A principal preocupação era diluir o potencial de divergência dos dois temas mais controversos: o conflito no Oriente Médio e o conceito de "difamação de religiões". Ambos ficaram de fora do rascunho aprovado na última sexta-feira, mas isso não foi o suficiente para evitar o boicote de Israel, EUA e mais oito países.
O que acabou provocando o boicote foi o primeiro parágrafo do documento, que diz: "Reafirma a Declaração de Durban e o Programa de Ação, conforme foi adotado na Conferência contra o Racismo a Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Relacionada, de 2001".
A palavra-chave é "reafirma". Ao justificar sua ausência, os EUA e Israel argumentaram que não poderiam participar de uma conferência que reafirma uma declaração que não assinaram -em 2001, em meio a ataques a Israel e tentativas de classificar sionismo como racismo, israelenses e americanos abandonaram as discussões antes do término da conferência.
O diplomata russo Yuri Boychenko, que coordenou a negociação em torno do documento, acusou Israel de promover uma "campanha de distorções" para ganhar adesões ao boicote. Boychenko disse que o primeiro parágrafo foi usado como um pretexto e garantiu que nenhum país chegou a pedir sua modificação.
Consultado pela Folha, o embaixador de Israel em Genebra, Aharon Leshno-Yaar, disse que a informação era uma "mentira deslavada". "Tenho como prova a cópia de uma carta enviada pela Holanda, pedindo a modificação." (MN)


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