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Negociação árdua tentou evitar boicote
DE GENEBRA
Mesmo depois de vários
meses de árdua negociação
em torno do documento que
serve de base para a Conferência de Revisão de Durban,
a ONU não conseguiu prevenir as amargas divisões que
marcaram o encontro de
2001, na África do Sul.
A principal preocupação
era diluir o potencial de divergência dos dois temas
mais controversos: o conflito
no Oriente Médio e o conceito de "difamação de religiões". Ambos ficaram de fora do rascunho aprovado na
última sexta-feira, mas isso
não foi o suficiente para evitar o boicote de Israel, EUA e
mais oito países.
O que acabou provocando
o boicote foi o primeiro parágrafo do documento, que diz:
"Reafirma a Declaração de
Durban e o Programa de
Ação, conforme foi adotado
na Conferência contra o Racismo a Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Relacionada, de 2001".
A palavra-chave é "reafirma". Ao justificar sua ausência, os EUA e Israel argumentaram que não poderiam participar de uma conferência que reafirma uma
declaração que não assinaram -em 2001, em meio a
ataques a Israel e tentativas
de classificar sionismo como
racismo, israelenses e americanos abandonaram as discussões antes do término da
conferência.
O diplomata russo Yuri
Boychenko, que coordenou a
negociação em torno do documento, acusou Israel de
promover uma "campanha
de distorções" para ganhar
adesões ao boicote. Boychenko disse que o primeiro
parágrafo foi usado como um
pretexto e garantiu que nenhum país chegou a pedir
sua modificação.
Consultado pela Folha, o
embaixador de Israel em Genebra, Aharon Leshno-Yaar,
disse que a informação era
uma "mentira deslavada".
"Tenho como prova a cópia
de uma carta enviada pela
Holanda, pedindo a modificação."
(MN)
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