São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Grupo libanês desconhecido assume ataque, ocorrido em Beirute, mas Ahmed Jibril, pai do ativista morto, acusa Israel

Atentado mata filho de líder guerrilheiro palestino

DA REDAÇÃO

Um atentado a bomba em Beirute (Líbano) matou ontem o filho do guerrilheiro Ahmed Jibril, líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG), grupo com sede na Síria responsável por ações terroristas contra Israel. A bomba estava embaixo do carro de Mahmoud Jihad Jibril.
Um grupo desconhecido, Movimento dos Nacionalistas Libaneses, reivindicou a autoria do ataque. A sua motivação seria eliminar militantes leais ao governo sírio em atividade no país.
Integrantes da FPLP-CG, porém, acusam Israel de ser responsável pelo ataque.
Três suspeitos foram presos. Em Damasco, capital da Síria, Ahmed Jibril declarou: "O Mossad [serviço de inteligência israelense" conseguiu desta vez assassinar meu filho, após ter tentado sem sucesso em pelo menos outras quatro ocasiões".
O governo de Israel negou que estivesse envolvido na morte de Mahmoud Jihad Jibril, chefe do braço armado da FPLP-CG, visto como o provável sucessor de seu pai na liderança do grupo.
Jibril morreu ao dar a partida em seu Peugeot 505. Segundo investigadores, aproximadamente dois quilos de explosivos foram colocados sob o banco do motorista. Ele era suspeito de coordenar ações terroristas, entre elas um ousado ataque em 1987 contra Kiryat Shmona (norte de Israel), no qual guerrilheiros partiram do território libanês pilotando um ultraleve.
A FPLP-CG se opõe à Autoridade Nacional Palestina (ANP) e ao seu líder, Iasser Arafat, a quem acusa de ter traído a causa palestina ao aceitar os termos dos acordos de paz de Oslo, assinado com Israel em 1993.
Conhecido por operações guerrilheiras nas décadas de 70 e 80 e por seu envolvimento na guerra civil libanesa (1975-89), o grupo admite estar enviando armamentos à faixa de Gaza e à Cisjordânia para ajudar militantes que enfrentam as tropas israelenses na Intifada (levante palestino).

Israel
Israel anunciou ontem que vai acelerar a construção de uma zona de proteção separando o seu território da Cisjordânia.
A medida vem em resposta ao atentado que matou ao menos três israelenses em mercado de Netania no domingo e a mais duas ações suicidas palestinas frustradas ontem.
O ministro da Defesa israelense, Binyamin Ben Eliezer, disse em comunicado que pretende realizar "uma separação por motivos de segurança". Será "um obstáculo permanente, que consistirá em sistema de fechamento e dispositivos eletrônicos, instalados ao longo dos 350 km da linha de separação".
O gabinete do premiê Ariel Sharon já havia aprovado a criação de "zona-tampão" para impedir a entrada de terroristas vindos da Cisjordânia. O anúncio de ontem é uma aceleração desse plano que, segundo a rádio Israel, estaria concluído em seis meses.
Um suicida palestino se explodiu ontem ao ser detido por policiais israelenses após tentar entrar num ônibus perto do cruzamento Taanachim, a 15 km de Jenin (Cisjordânia), no norte do país.
Só o palestino morreu, mas um policial que fazia parte da operação ficou ferido. O extremista se dirigia aparentemente para a cidade de Afula.
O Exército reocupou na noite de ontem Tulkarem, onde soldados prenderam uma palestina de 26 anos que estaria a caminho de cometer um ataque suicida.


Com agências internacionais

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