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ORIENTE MÉDIO
Grupo libanês desconhecido assume ataque, ocorrido em Beirute, mas Ahmed Jibril, pai do ativista morto, acusa Israel
Atentado mata filho de líder guerrilheiro palestino
DA REDAÇÃO
Um atentado a bomba em Beirute (Líbano) matou ontem o filho do guerrilheiro Ahmed Jibril, líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando
Geral (FPLP-CG), grupo com sede na Síria responsável por ações
terroristas contra Israel. A bomba
estava embaixo do carro de Mahmoud Jihad Jibril.
Um grupo desconhecido, Movimento dos Nacionalistas Libaneses, reivindicou a autoria do ataque. A sua motivação seria eliminar militantes leais ao governo sírio em atividade no país.
Integrantes da FPLP-CG, porém, acusam Israel de ser responsável pelo ataque.
Três suspeitos foram presos.
Em Damasco, capital da Síria, Ahmed Jibril declarou: "O Mossad
[serviço de inteligência israelense" conseguiu desta vez assassinar
meu filho, após ter tentado sem
sucesso em pelo menos outras
quatro ocasiões".
O governo de Israel negou que
estivesse envolvido na morte de
Mahmoud Jihad Jibril, chefe do
braço armado da FPLP-CG, visto
como o provável sucessor de seu
pai na liderança do grupo.
Jibril morreu ao dar a partida
em seu Peugeot 505. Segundo investigadores, aproximadamente
dois quilos de explosivos foram
colocados sob o banco do motorista. Ele era suspeito de coordenar ações terroristas, entre elas
um ousado ataque em 1987 contra
Kiryat Shmona (norte de Israel),
no qual guerrilheiros partiram do
território libanês pilotando um
ultraleve.
A FPLP-CG se opõe à Autoridade Nacional Palestina (ANP) e ao
seu líder, Iasser Arafat, a quem
acusa de ter traído a causa palestina ao aceitar os termos dos acordos de paz de Oslo, assinado com
Israel em 1993.
Conhecido por operações guerrilheiras nas décadas de 70 e 80 e
por seu envolvimento na guerra
civil libanesa (1975-89), o grupo
admite estar enviando armamentos à faixa de Gaza e à Cisjordânia
para ajudar militantes que enfrentam as tropas israelenses na
Intifada (levante palestino).
Israel
Israel anunciou ontem que vai
acelerar a construção de uma zona de proteção separando o seu
território da Cisjordânia.
A medida vem em resposta ao
atentado que matou ao menos
três israelenses em mercado de
Netania no domingo e a mais
duas ações suicidas palestinas
frustradas ontem.
O ministro da Defesa israelense,
Binyamin Ben Eliezer, disse em
comunicado que pretende realizar "uma separação por motivos
de segurança". Será "um obstáculo permanente, que consistirá em
sistema de fechamento e dispositivos eletrônicos, instalados ao
longo dos 350 km da linha de separação".
O gabinete do premiê Ariel Sharon já havia aprovado a criação de
"zona-tampão" para impedir a
entrada de terroristas vindos da
Cisjordânia. O anúncio de ontem
é uma aceleração desse plano que,
segundo a rádio Israel, estaria
concluído em seis meses.
Um suicida palestino se explodiu ontem ao ser detido por policiais israelenses após tentar entrar
num ônibus perto do cruzamento
Taanachim, a 15 km de Jenin (Cisjordânia), no norte do país.
Só o palestino morreu, mas um
policial que fazia parte da operação ficou ferido. O extremista se
dirigia aparentemente para a cidade de Afula.
O Exército reocupou na noite de
ontem Tulkarem, onde soldados
prenderam uma palestina de 26
anos que estaria a caminho de cometer um ataque suicida.
Com agências internacionais
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