DA REDAÇÃO

O ex-vice-presidente sul-africano e presidenciável Jacob Zuma, até recentemente o homem forte do governo do presidente Thabo Mbeki, será processado por corrupção, anunciou ontem a Procuradoria Nacional do país. Na semana passada, ele havia sido afastado do cargo ao ser envolvido num esquema de seu assessor financeiro, Schabir Shaik.
Segundo um porta-voz da Promotoria, Zuma foi avisado ontem de que seria indiciado. Zuma, que alega inocência, não seria preso, mas intimado a depor ainda nesta semana.
Não é a primeira vez que a Procuradoria sul-africana tenta processar Zuma. Em 2003, desistiu de indiciá-lo por falta de evidências. A decisão de reabrir o caso ocorreu depois que um tribunal condenou Shaik por dois crimes de corrupção e um de fraude.
Em sua sentença, a juíza Hillary Squires descreveu Zuma como um participante ativo dos obscuros negócios de Shaik, afirmando que há vários indícios de um relacionamento corrupto entre o ex-presidente e seu assessor.
Squires considerou que cerca de US$ 180 mil pagos a Zuma violaram leis de corrupção e que Zuma conhecia os esforços de Shaik para facilitar pagamentos anuais de US$ 72 mil ao vice-presidente pela empresa francesa Thint Holdings, que comercializa armas.
Em nota, Mbek disse que "espera que todos os sul-africanos permitam que a Justiça siga o seu curso".