ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Os líderes ruralistas argentinos anunciaram que terminariam ontem à noite o quarto locaute do setor e pediram que os produtores liberassem a passagem nas diversas estradas do país para que pudessem pedir uma audiência com a presidente Cristina Kirchner já na segunda.
Donos de caminhões que transportam grãos e participavam dos bloqueios de estradas também informaram que suspenderão o protesto.
Alfredo de Angeli, líder do núcleo mais radical do protesto, anunciou que os produtores voltarão a vender grãos para a exportação, "mas apenas o necessário". "Se acontecerem decisões favoráveis no Congresso, vai convir mais vender na semana que vem."
O conflito entre o campo e o governo, que ontem completou 101 dias, foi provocado pelo aumento de impostos sobre as exportações de grãos. Após bloqueios de estradas, panelaços e desabastecimento em todo o país, a presidente anunciou na última terça-feira que enviará o projeto de lei que determina o aumento de impostos para a apreciação do Congresso.
O projeto começa a ser avaliado na segunda pelas comissões de Agricultura e Orçamento da Câmara de Deputados. Os ruralistas anunciaram que vão enviar representantes ao Congresso para tentar convencê-los a rejeitar a medida.
Apesar de vários bloqueios terem sido liberados durante o dia de ontem, ainda era grave a falta de combustíveis e alimentos, como carne e pão, principalmente no interior.


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