São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2006

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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Brasil vai resgatar mais 380 no Líbano

Vôos sairão da região de domingo a terça; 400 brasileiros pediram ajuda em Beirute e até 200 em Damasco, diz Itamaraty

Conflito que matou sete brasileiros no Líbano é o que mais afetou cidadãos do país desde a Segunda Guerra, afirma embaixador

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até terça-feira, o governo trará mais 380 brasileiros que estão no Líbano e na Síria. O Ministério das Relações Exteriores acertou com a Força Aérea Brasileira as datas de três novos vôos. Os vôos partirão no domingo, na segunda e na terça de Adana (Turquia), onde o Itamaraty montou um escritório e para onde os brasileiros serão levados de ônibus.
O avião da Presidência da República que sairá de Adana no domingo e na terça, conhecido como "Sucatão", é o mesmo que já trouxe 98 pessoas ao país, mas foi reconfigurado para acomodar 150 passageiros.
O outro avião da FAB, que parte na segunda, deverá trazer mais 80 brasileiros. "A idéia é que os aviões voltem depois para Adana para estabelecer uma freqüência de vôo", disse o embaixador Everton Vieira.
Segundo ele, desde a Segunda Guerra Mundial não há registros de nenhum conflito armado que tenha afetado tantos civis brasileiros. Até agora, foram confirmadas sete mortes.
Vieira disse que o governo não estipulou um número de vôos para trazer brasileiros nem fixou um orçamento para utilizar nas operações de resgate. "Estamos trabalhando usar os recursos da melhor maneira possível. A sociedade brasileira nunca vai nos perdoar se formos sovinas", disse.
Segundo Vieira, o "Sucatão" fará as duas viagens da Turquia ao Brasil consecutivamente e na quarta passará por uma revisão. O governo ainda estuda a possibilidade de alugar um navio, que poderá sair da Turquia, pois os portos de Chipre (mais perto) estão congestionados.

Demanda
De acordo com o Itamaraty, 400 brasileiros já se cadastraram no consulado do Brasil em Beirute para receber assistência para voltar. Em Damasco, o governo calcula que haja entre 100 e 200 brasileiros que conseguiram cruzar a fronteira. Há também outros 60 brasileiros em Amã, na Jordânia. A maior concentração, porém, está no vale do Bekaa, onde há cerca de mil brasileiros em situação ainda mais vulnerável por causa dos constantes bombardeios e das condições das rodovias.
"O vale do Bekaa fica rodeado por montanhas que chegam a 3.000 metros de altura, e as rodovias estão destruídas", afirmou o embaixador. O chanceler Celso Amorim pediu à embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, que dê segurança aos comboios que levarão os brasileiros até Adana. Ele forneceu detalhes dos ônibus, como cor, placas e horários.
"Vou passar as informações a Israel, que fará todo o esforço para garantir a saída em paz, mas depende também do Hizbollah, que não se importa com a população civil", disse ela.
Na noite de quarta, Amorim conversou por telefone com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e, na manhã de ontem, com a Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, para tratar da situação dos brasileiros. A ambos, expressou a importância de um cessar-fogo.


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