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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
Brasil vai resgatar mais 380 no Líbano
Vôos sairão da região de domingo a terça; 400 brasileiros pediram ajuda em Beirute e até 200 em Damasco, diz Itamaraty
Conflito que matou sete brasileiros no Líbano é o que mais afetou cidadãos do país desde a Segunda Guerra, afirma embaixador
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até terça-feira, o governo
trará mais 380 brasileiros que
estão no Líbano e na Síria. O
Ministério das Relações Exteriores acertou com a Força Aérea Brasileira as datas de três
novos vôos. Os vôos partirão no
domingo, na segunda e na terça
de Adana (Turquia), onde o Itamaraty montou um escritório e
para onde os brasileiros serão
levados de ônibus.
O avião da Presidência da República que sairá de Adana no
domingo e na terça, conhecido
como "Sucatão", é o mesmo
que já trouxe 98 pessoas ao
país, mas foi reconfigurado para acomodar 150 passageiros.
O outro avião da FAB, que
parte na segunda, deverá trazer
mais 80 brasileiros. "A idéia é
que os aviões voltem depois para Adana para estabelecer uma
freqüência de vôo", disse o embaixador Everton Vieira.
Segundo ele, desde a Segunda Guerra Mundial não há registros de nenhum conflito armado que tenha afetado tantos
civis brasileiros. Até agora, foram confirmadas sete mortes.
Vieira disse que o governo
não estipulou um número de
vôos para trazer brasileiros
nem fixou um orçamento para
utilizar nas operações de resgate. "Estamos trabalhando usar
os recursos da melhor maneira
possível. A sociedade brasileira
nunca vai nos perdoar se formos sovinas", disse.
Segundo Vieira, o "Sucatão"
fará as duas viagens da Turquia
ao Brasil consecutivamente e
na quarta passará por uma revisão. O governo ainda estuda a
possibilidade de alugar um navio, que poderá sair da Turquia,
pois os portos de Chipre (mais
perto) estão congestionados.
Demanda
De acordo com o Itamaraty,
400 brasileiros já se cadastraram no consulado do Brasil em
Beirute para receber assistência para voltar. Em Damasco, o
governo calcula que haja entre
100 e 200 brasileiros que conseguiram cruzar a fronteira. Há
também outros 60 brasileiros
em Amã, na Jordânia. A maior
concentração, porém, está no
vale do Bekaa, onde há cerca de
mil brasileiros em situação ainda mais vulnerável por causa
dos constantes bombardeios e
das condições das rodovias.
"O vale do Bekaa fica rodeado
por montanhas que chegam a
3.000 metros de altura, e as rodovias estão destruídas", afirmou o embaixador. O chanceler Celso Amorim pediu à embaixadora de Israel no Brasil,
Tzipora Rimon, que dê segurança aos comboios que levarão
os brasileiros até Adana. Ele
forneceu detalhes dos ônibus,
como cor, placas e horários.
"Vou passar as informações a
Israel, que fará todo o esforço
para garantir a saída em paz,
mas depende também do Hizbollah, que não se importa com
a população civil", disse ela.
Na noite de quarta, Amorim
conversou por telefone com o
secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, e, na manhã de ontem,
com a Secretária de Estado dos
EUA, Condoleezza Rice, para
tratar da situação dos brasileiros. A ambos, expressou a importância de um cessar-fogo.
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