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Oposição pede referendo e enfurece líder supremo
DA REDAÇÃO
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertiu ontem que os líderes oposicionistas caminham para a "ruína" se
continuarem contestando a
reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Foi uma
resposta a um pedido de referendo sobre a legitimidade do
pleito feito pelo ex-presidente
Mohammad Khatami.
Khamenei pediu à "elite" do
país que tome cuidado com as
posições assumidas no momento e alertou que "qualquer
pessoa que leve a sociedade pelo caminho da desordem e da
insegurança é uma pessoa odiada pela nação iraniana".
O líder supremo voltou a acusar forças estrangeiras de alimentarem os protestos.
Ele também lançou uma
ameaça clara ao movimento
que vem desafiando sua posição de detentor da palavra final
dos assuntos iranianos: "Não
perturbem a segurança".
Khamenei reiterou a validade da reeleição e exigiu o fim do
questionamento dos resultados oficiais -pelos quais Ahmadinejad teve 62,7% dos votos, dispensando um segundo
turno contra o reformista Mir
Hossein Mousavi (votado por
33% dos eleitores).
O Conselho dos Guardiães da
Revolução, máxima instância
constitucional iraniana, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a
oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois
de afirmar que irregularidades
em cerca de 3 milhões de cédulas não eram suficientes para
mudar o resultado das urnas.
Pelo menos 20 pessoas morreram e dezenas de oposicionistas foram presos em meio à
violenta repressão dos protestos pela anulação do pleito.
Horas antes das advertências
de Khamenei ontem, o ex-presidente reformista Mohammad
Khatami (1997-2005) disse que
a única saída para pôr fim à crise no Irã é consultar a população sobre a validade da eleição
presidencial.
"As pessoas devem ser consultadas se estão felizes com a
atual situação [...] Se a grande
maioria da população estiver
feliz com a situação atual, nós a
aceitaremos também", afirmou
o ex-presidente.
Citado por sites reformistas,
Khatami também disse que os
iranianos perderam a fé em
seus líderes políticos após a
eleição presidencial.
"A durabilidade da ordem e a
continuidade do progresso do
país dependem da restauração
da confiança pública", disse o
líder reformista.
Na última sexta, um outro
ex-presidente, o aiatolá Akbar
Hashemi Rafsanjani (1989-1997), havia desferido um duro
ataque ao atual governo ao dizer que os princípios da Revolução Islâmica de 1979 haviam
sido "esquecidos".
Com agências internacionais
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