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ORIENTE MÉDIO
Porta-voz do grupo terrorista afirma que "Gaza não é a Palestina" e que "resistência" fará Israel sair da Cisjordânia
Hamas diz que luta até "liberar" Jerusalém
DA REDAÇÃO
O grupo terrorista palestino
Hamas afirmou ontem que, depois da retirada de Israel de Gaza,
vai lutar para que os israelenses
saiam da Cisjordânia e de Jerusalém. "Gaza não é a Palestina", disse um porta-voz mascarado do
grupo a jornalistas em Gaza.
"Quanto a Jerusalém e à Cisjordânia, vamos liberá-las por meio
da resistência, assim como Gaza
foi liberada", disse o porta-voz,
rodeado por milicianos armados
com lançadores de foguete.
Ele não chegou a afirmar explicitamente se o Hamas, cujo objetivo é a destruição do Estado de
Israel, pretende abandonar a trégua no fim do ano. Integrantes do
grupo terrorista concordaram em
respeitar um cessar-fogo até o fim
de 2005, a pedido do presidente
da Autoridade Nacional Palestina
(ANP), Mahmoud Abbas.
A retirada é vista pela liderança
palestina e pela comunidade internacional como um passo para
a retomada das negociações com
vistas à criação de um Estado palestino na Cisjordânia e em Gaza.
Mas membros do Hamas e de outros grupos terroristas, bem como
parte da população, vêem o fim
dos assentamentos em Gaza como uma vitória da revolta armada
iniciada após o fracasso das negociações bilaterais em 2000.
Israel disse que não voltará às
conversações antes do desmantelamento de grupos como o Hamas, a maior facção por trás dos
atentados contra israelenses.
Abbas espera conseguir colocar
os terroristas na trilha política. O
Hamas deverá conquistar um significativo número de vagas no
Parlamento em sua primeira participação em eleições legislativas
no pleito previsto para 25 de janeiro. Mas o grupo rejeita a idéia
de desarmar-se. "Nossas armas
removeram o inimigo sionista e
por isso não vamos entregá-las a
ninguém", disse o porta-voz.
Os palestinos receberam bem a
retirada israelense de Gaza, mas
temem que essa seja uma estratégia para que Israel conserve os
grandes assentamentos judaicos
na Cisjordânia e também na parte
árabe de Jerusalém.
Nos próximos dias, cerca de
9.000 colonos judeus terão abandonado os 21 assentamentos em
Gaza e quatro na Cisjordânia, região onde 230 mil ainda devem ficar. Vivem em Gaza e na Cisjordânia 3,8 milhões de palestinos.
A maioria dos israelenses é a favor da retirada de Gaza, mas direitistas dizem que ela recompensa os palestinos por seus ataques e
significa a renúncia a terras prometidas por Deus ao povo judeu.
Com agências internacionais
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