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Emboscada em Bagdá mata 20 e fere até 300
Homens armados atacam xiitas durante peregrinação que em 2005 terminou com quase mil mortos
DA REDAÇÃO
Homens armados, alguns escondidos sobre telhados, prepararam uma emboscada para
milhares de peregrinos xiitas
que participavam de uma caminhada rumo a um santuário em
Bagdá, matando 20 pessoas e
ferindo até 300, segundo informaram oficiais iraquianos.
"A maioria dos ataques ocorreu quando os peregrinos cruzavam áreas vizinhas a Kadhimiya", disse Qasim Yahya Allawi, porta-voz do Ministério da
Saúde, referindo-se ao subúrbio localizado no norte da capital, onde o santuário é o ponto
principal da cerimônia religiosa, que dura dois dias.
A segurança foi reforçada para diminuir os riscos de um
conflito sectário manchar o festival, cuja história já é sangrenta. No ano passado, o boato de
que havia um homem-bomba
na multidão criou um tumulto
no qual cerca de mil pessoas
morreram pisoteadas, esmagadas e afogadas em um rio na região- crianças e mulheres, na
maioria.
Repercussão
Ataques foram registrados
no oeste e no norte da cidade,
enquanto imagens exibidas pela TV mostravam guardas sobre os telhados de um prédio do
governo trocando tiros com insurgentes. A polícia iraquiana e
o Ministério do Interior apontaram um número menor de
mortos: oito, mais 90 feridos.
Depois da emboscada, foram
registrados conflitos armados
nos subúrbios de Bagdá. A polícia criou corredores de segurança que levavam ao templo e
solicitou aos peregrinos que
usassem apenas as rotas designadas. O enorme número de
pessoas nas ruas, porém, fez
com que muitos buscassem caminhos alternativos para chegar ao santuário e acabassem
atingidos por disparos.
O ministro da Defesa, general Abdul Qader Jassim, disse
que 30 suspeitos foram presos,
incluindo ao menos cinco árabes não-iraquianos, e que 14
policiais se feriram.
A violência sectária -entre a
maioria árabe xiita e a minoria
árabe sunita, que detinha o poder sob Saddam Hussein- vem
matando dezenas de iraquianos por dia. A situação leva alguns analistas a afirmarem que
o país já está em guerra civil, e
retarda a saída dos mais de 130
mil soldados que os EUA mantêm no Iraque desde a invasão
do país, em março de 2003.
Saddam
O ex-ditador deve voltar hoje
ao banco dos réus, desta vez para ser julgado por genocídio.
Saddam é acusado de coordenar a matança de mais de 100
mil iraquianos de etnia curda
em 1988, na chamada campanha de Anfal. Entre os outros
seis réus estará seu primo Ali
Hassan al Majid, conhecido como "Ali Químico" por ter usado
gás venenoso para conter a insurreição curda no norte.
O julgamento de Saddam pela morte de 148 xiitas no vilarejo de Dujail em 1982 ainda não
terminou. Em ambos os casos,
se condenado, o ex-ditador pode ser sentenciado à morte por
enforcamento.
Com agências internacionais
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