São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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México entra em alerta por furacão Dean

Depois de matar dez pessoas no Caribe, primeiro furacão da temporada se aproxima da península mexicana de Yucatán

Turistas deixam em massa balneários como Cancún; Dean pode atingir categoria máxima em sua chegada à costa, hoje de madrugada

Andres Leighton/Associated Pres
Estrago causado pelo Dean na Jamaica, onde duas pessoas morreram; mortes ocorreram também no Haiti e na República Dominicana


DA REDAÇÃO

Após matar ao menos dez pessoas, o furacão Dean passou perto das Ilhas Cayman ontem e segue na direção do México, onde milhares de turistas fugiram da tormenta, que pode chegar ao nível cinco.
O aeroporto de Cancún, maior balneário turístico mexicano, ficou cheio de turistas deixando o local, e a faixa de hotéis do balneário, geralmente cheia, estava vazia ontem.
A companhia de petróleo mexicana disse estar retirando todos os 18 mil funcionários de suas plataformas no sul do golfo do México. No golfo estão 4.000 plataformas de petróleo e gás, onde são produzidos quase 25% do petróleo consumido nos Estados Unidos.
O Estado de Quintana Roo, na região sudeste da península de Yucatán, decretou ontem alerta máximo ante a iminente chegada do furacão, prevista para as 2h locais de hoje (4h no Brasil). O resto da península, onde se encontra Cancún, está em alerta laranja. Diversos sítios pré-colombianos da civilização maia, como Tulum, estão na rota do furacão.
O presidente do México, Felipe Calderón, anunciou ontem que voltará ao país ao final de uma reunião em Montebello (Canadá) com os líderes canadense e americano ainda nesta terça-feira, retornando um dia antes do previsto devido à preocupação como o furacão.
Os fortes ventos do Dean ocupam uma área de 195 mil quilômetros quadrados. Apesar de se aproximar das Ilhas Cayman com ventos de 240 km/h, o arquipélago "foi poupado do impacto do furacão", segundo o governo local. O olho do Dean passou cerca de 160 quilômetros ao sul das ilhas, e o governo afirmou que os ventos mais fortes chegaram a 92 km/h.
O furacão criou ondas grandes e alterações de até seis metros no nível do mar ao passar pela República Dominicana no sábado, inundando estradas e matando um menino afogado. Ao menos duas pessoas morreram e cerca de 150 casas foram destruídas no Haiti. As últimas mortes foram as de dois homens na Jamaica, no domingo.

Aquecimento global
Previsões indicavam que o Dean poderia atingir a mais alta categoria de furacões -número cinco- na noite de ontem, com ventos superiores a 249 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA em Miami.
Furacões mais intensos são um dos efeitos previstos do aquecimento global. Segundo o último relatório do IPCC, o painel de climatologistas a serviço das Nações Unidas, a freqüência dessas tempestades pode até não mudar no futuro.
Mas, nos últimos 30 anos, o número de furacões de intensidade quatro e cinco na escala Saffir-Simpson cresceu no mundo inteiro. A explicação é que, com mais vapor d'água na atmosfera (conseqüência de um mundo mais quente e com maior evaporação), aumenta a quantidade de "combustível" para os furacões.
Ainda segundo o centro de furacões americano, o Dean -primeiro furacão da temporada- poderá atingir o Estado do Texas (EUA) depois de passar por Yucatán com ventos de 260 km/h. O Texas ainda tenta consertar os estragos da inundação criada pela tempestade tropical Erin, que matou ao menos oito pessoas nos últimos dias. Há também alertas de furacão em Belize e Honduras.


Com agências internacionais


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