DA ASSOCIATED PRESS

Parlamentares iranianos ameaçaram ontem rejeitar nomes apresentados na véspera por Mahmoud Ahmadinejad para compor o gabinete em seu segundo mandato, ameaçando abrir nova frente de atrito entre o presidente e conservadores descontentes.
O presidente do Parlamento, Ali Larijani -ex-negociador nuclear de Ahmadinejad e hoje seu crítico-, disse faltar experiência e peso político a alguns indicados. Conservadores dissidentes acusaram Ahmadinejad de privilegiar lealdade em detrimento de capacidade.
Ahmadinejad iniciou o novo mandato no dia 5, pouco menos de dois meses após sua reeleição, contestada por protestos que deixaram ao menos 20 mortos.
Os 21 indicados -inclusive as três primeiras mulheres desde a Revolução Islâmica de 1979 -têm que ser aprovados até o dia 30 pelo Parlamento para assumir. Segundo um parlamentar, até cinco podem ser rejeitados.
As críticas mais fortes recaíram sobre os escolhidos para as pastas de Inteligência, Heidar Moslehi, e Petróleo, Masoud Mir Kazemi.
O perfil do gabinete foi recebido como tentativa do presidente ultraconservador de concentrar o poder e cercar-se de aliados fiéis no momento em que crescem insatisfações entre os conservadores, sua tradicional base.
Em entrevista à TV estatal, Ahmadinejad criticou "aqueles que falam em nome do Parlamento" sem considerar visões dissonantes de seus colegas parlamentares.


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