São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2010

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Caracas e Bogotá iniciam comissões de temas bilaterais

Chancelarias de ambos países se dizem otimistas sobre reuniões que devem levar propostas aos presidentes

São criados 5 grupos de trabalho que vão definir a agenda sobre questões de fronteira e economia entre as nações vizinhas


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Venezuela e Colômbia deram início ontem às cinco comissões bilaterais que vão tratar do restabelecimento das relações diplomáticas e comerciais entre os países.
Em 22 julho, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, rompeu diplomaticamente com a Colômbia após o ex-presidente Álvaro Uribe acusar a Venezuela de admitir as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em seu território.
Após sua posse, o atual mandatário colombiano, Juan Manuel Santos, assinou com Chávez um acordo para retomar a relação.
Em Caracas, os chanceleres Nicolás Maduro (Venezuela) e María Angela Holguín (Colômbia) se reuniram acompanhados dos ministros da Defesa e do Comércio de ambos os países, além de outros membros do governo e da iniciativa privada.
"Vamos ter de fazer um grande esforço para conversar com a maior franqueza possível e começar a armar uma agenda de temas de cooperação e de decisões para propor aos presidentes", disse Maduro sobre o encontro.
A chanceler colombiana afirmou estar "muito otimista" de que a reunião irá "colocar as bases de uma relação estável e duradoura" que permitirá a "união real de dois povos que são irmãos".

COMISSÕES
São duas comissões para temas econômicos e três para questões de fronteira.
Até dois anos atrás, a Venezuela era o segundo maior parceiro comercial da Colômbia, atrás dos EUA, com US$ 6 bilhões em exportações. Neste ano, calcula-se que serão US$ 1,5 bilhões.
O principal motivo da queda foi o congelamento das relações entre os dois países, em 2009, em decorrência do acordo militar entre EUA e Colômbia, permitindo a militares americanos o uso de bases no território colombiano.
Uma outra comissão econômica abordará o pagamento da dívida de US$ 800 milhões a exportadores colombianos.

ATENTADO
As três comissões que debaterão sobre os 2.200 quilômetros de fronteira entre os países vão tratar de infraestrutura, segurança e projetos sociais.
A questão da segurança permanece uma dificuldade para Bogotá. O governo disse ontem que enfrenta dificuldades na investigação de um atentado que deixou oito pessoas feridas e danificou várias edificações.
Grupos paramilitares de direita e guerrilhas e esquerda estão entre os suspeitos. Ontem, entretanto, um líder das Farc foi morto em combate com as tropas do governo.


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