São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2010

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NY faz plano para reduzir ainda mais mortes no trânsito

Motorista homem virando à esquerda em cruzamento representa pior cenário para o pedestre, afirma estudo

Entre os projetos está a recomendação para que pessoas nas calçadas caminhem na direção contrária à dos carros


DE SÃO PAULO

Um estudo feito pelo Departamento de Transporte de Nova York guiará a reestruturação que o prefeito Michael Bloomberg promove na cidade com intuito de reduzir ainda mais as mortes no trânsito. Foram 256 no ano passado, menor índice desde 1910, quando o estudo começou.
Para efeito de comparação, na cidade de São Paulo, em 2009, o trânsito matou 701 pessoas. A cidade possui estimados 11 milhões de habitantes contra 19,5 milhões de Nova York.
No estudo nova-iorquino foram analisados 7.000 acidentes ocorridos de 2002 a 2006 que deixaram pelo menos um pedestre morto ou gravemente ferido.
Entre as conclusões do estudo, tido como o mais ambicioso já feito por uma cidade dos EUA, está a de que motoristas homens foram responsáveis por 80% dessas colisões. E eles têm nas mãos 57% de todos os veículos registrados em Nova York.
O estudo revelou ainda que, ao contrário do que se imaginava, táxis, ônibus e caminhões respondem a menos acidentes com pedestres do que os carros particulares.
Carros particulares estiveram envolvidos em 79% dos acidentes graves com pedestres enquanto táxis responderam por 13%; caminhões, por 4% e ônibus, por 3%.
Os táxis respondem a apenas 2% dos veículos registrados em Nova York.

PROBABILIDADES
Outra conclusão é a de que pedestres que atravessam fora das faixas de segurança se envolvem em menos colisões do que aqueles que seguem a norma. Mas eles também têm maior chance de morrer ou sofrer ferimentos graves.
Pela análise, 43% dos pedestres mortos ou feridos em Manhattan não viviam nas proximidades. Na estatística, o Brooklyn foi o bairro com o maior número de vítimas e Staten Island, com o menor.
O relatório diz que novembro e dezembro foram os piores meses para os pedestres pela combinação das festas com o entardecer mais cedo. Já janeiro e fevereiro têm drástica redução no tráfego.
Conforme o levantamento, cerca e 40% das colisões envolvendo pedestres aconteceram das 15h às 21h e, em 36% dos casos, a desatenção do motorista foi citada como principal causa.

MUDANÇAS
O debate sobre a reestruturação já provoca críticas.
Entre as mudanças previstas estão proibir veículos de circular em algumas grandes avenidas e acabar com centenas de vagas para estacionamento para dar lugar a ciclovias e calçadas, além de instalar relógios de contagem regressiva em cruzamentos.
O projeto começará a ser implantado em 2011, com o fim de dezenas de vagas de estacionamento numa grande avenida de Manhattan -a prefeitura não revela qual.
Esse teste deverá impactar no cenário mais comum dos acidentes envolvendo pedestres: carros virando à esquerda, em cruzamentos.
Outra medida que terá como alvo o mesmo cenário será uma campanha educativa para que os pedestres procurem caminhar no contramão.
A campanha também servirá para lembrar o limite de velocidade: 30 milhas/hora (menos de 50 km/h).

Com o "New York Times"



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