São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011

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Chave do sustento, carvão atravessa baixa

DA ENVIADA A APPALACHIA

No centro de todas as controvérsias sobre a Appalachia está a indústria carvoeira americana, que tira dali 1/3 da sua produção.
A crise pode trazer diversificação. Mas, antes, é preciso lidar com um lobby que deu US$ 8 milhões a políticos em 2010 e convencer aqueles cujo emprego depende do carvão, ainda que o setor tenha cortado vagas e reduzido a renda (a média na região é 25% menor que no país).
O combustível ajuda a gerar metade da eletricidade do país, embora a crise de 2008 tenha derrubado em 11% o consumo só no primeiro ano, e a projeção seja que a desaceleração alongue a queda.
Pesa ainda a implementação de diretrizes mais rígidas pelo governo Obama -abandonadas com a crise política.
Estudo apresentado por Michael Hendryx, da Universidade da Virgínia Ocidental, mostra que regiões com mineração carvoeira de superfície têm maior incidência de defeitos congênitos e câncer.
Nessas áreas da Appalachia, a mortandade é 18% maior. "Há evidências para maiores taxas de câncer e males cardíacos, renais e pulmonares", disse à Folha.
O maior problema é a água. Ativistas como Janet Keating, diretora da Coalizão Ambiental do Vale do Rio Ohio, acusam as carvoeiras de contaminar a água da região.
Isso, porém, tem mudado. Em assembleia na quinta, moradores do Kentucky contaram histórias de horror sobre crianças esmagadas por pedras de carvoeiras e água que entra em combustão, tamanha a carga química.
Já se sabe que a mineração de superfície extrai carvão menos tóxico, mas enche os rios com substâncias venenosas e lixo. A prática depena a bonita paisagem -um problema, já que uma alternativa econômica seria o turismo.
Assim, a dependência de fundos federais, na linha de tiro da crise, cresce. (LC)


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