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ALEMANHA VOTA
Para aceitar coalizão com CDU e deixar poder, Schröder exigiria que partido da rival indicasse outro chanceler
Merkel pode ter de abrir mão de governar
DA REDAÇÃO
A aliança de centro-direita
composta pela União Democrata
Cristã (CDU) e pela União Social
Cristã (CSU), que levou a maioria
das cadeiras do Bundestag -Câmara Baixa do Parlamento alemão- na eleição de domingo
passado, elegeu ontem Angela
Merkel sua líder, com 98,6% dos
votos da bancada.
No entanto a grande aprovação
de Merkel dentro da CDU não faz
dela chanceler (premiê) dos alemães, pois o partido do atual chefe de governo do país, Gerhard
Schröder, o Social-Democrata
(SPD), ficou com apenas três cadeiras a menos que a coligação
CDU/CSU, e nenhum dos dois
partidos conseguiu a maioria necessária para determinar quem
ocupará a Chancelaria.
Assim, os alemães ainda não sabem quem os governará, e tanto
Merkel como Schröder se julgam
vitoriosos -ela porque seu partido efetivamente foi o mais votado, e ele porque, em cerca de duas
semanas, conseguiu transformar
uma diferença nas pesquisas de
20 pontos percentuais em menos
de um ponto percentual.
Negociações entre CDU e SPD,
a fim de solucionar o impasse, deverão ter início amanhã.
O cenário mais provável agora é
que se forme uma grande coalizão, entre democratas cristãos e
social-democratas, para indicar o
novo chanceler. Schröder havia
dito que, nesse caso, não abriria
mão de permanecer na chefia do
governo, mas ontem aparentemente adotou uma posição mais
flexível, afirmando que os partidos deveriam começar as negociações sem a apresentação de
"nenhuma precondição".
O periódico alemão "Bild" chegou a publicar que Schröder está
disposto a abrir mão da Chancelaria, em favor de um democrata-cristão, desde que Merkel também desista de chefiar o governo.
Outra exigência que os social-democratas poderão fazer é que a
CDU garanta que não desmantelará o sistema de proteção social.
A coalizão entre democratas-cristãos e SPD é a alternativa preferida da maioria dos alemães, segundo pesquisa divulgada ontem.
Para as conversas sobre essa
aliança, Merkel vai fortalecida por
sua eleição como líder da bancada
da CDU/CSU, mas, se o impasse
não se resolver, ela pode perder o
apoio de caciques da centro-direita. Alguns deles já fazem ressalvas
a sua liderança pelo fato de ela ter
perdido tantos votos em tão pouco tempo antes da eleição.
Outras possibilidades de coalizão para composição de maioria,
tanto por parte do partido de
Merkel quanto por parte do de
Schröder, com as legendas menores (FDP, Partido da Esquerda e
Verdes) são menos prováveis.
No entanto membros da CDU
se reunirão com os liberais do
FDP amanhã, antes do encontro
com os social-democratas de
Schröder -e este e a CDU deverão se reunir hoje com os Verdes.
Por outro lado, os democratas
cristãos e o SPD do chanceler alemão já demonstram não ter interesse em negociar com o Partido
da Esquerda, integrado por comunistas da extinta Alemanha
Oriental e por ex-social-democratas decepcionados com as reformas sociais feitas por Schröder.
O Partido da Esquerda se converteu no último domingo na
quarta agremiação do Parlamento alemão, superando os Verdes.
De qualquer modo, social-democratas e democratas cristãos
têm até o dia 18 de outubro para
resolver a questão. Nessa data, encerra-se o mandato de Schröder.
Se até lá ainda não houver um
acordo sobre uma coalizão para
governar, o presidente Horst Köhler pode nomear aquele que considera em melhores condições de
ocupar a Chancelaria ou convocar novas eleições legislativas.
Com agências internacionais
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