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Caminhão-bomba mata ao menos 60 em hotel paquistanês
O Marriott é freqüentado principalmente por estrangeiros na capital Islamabad; autoria ainda não foi reivindicada
Número de mortos deverá
subir, já que ao menos 15 pessoas encontravam-se bloqueadas pelo incêndio
DA REDAÇÃO
Um caminhão-bomba lançado ontem contra o hotel Marriott, em Islamabad, matou ao
menos 60 pessoas e feriu outras 250 no mais mortífero ataque desde que o Paquistão
uniu-se aos EUA na guerra ao
terror, em 2001. Os mortos devem aumentar, já que ao menos
15 hóspedes e funcionários ficaram retidos pelo incêndio no
luxuoso prédio de seis andares.
Segundo um segurança do
hotel, citado pela agência local
APP, o caminhão continha uma
tonelada de explosivos, e a sua
detonação, ouvida a quilômetros de distância, abriu uma
cratera de dez metros de largura e dois de profundidade. As
cabines dos agentes de segurança foram soterradas.
Uma testemunha disse que
dois focos de incêndio passaram a consumir o prédio do hotel, que pertence a uma rede
americana. O fogo aos poucos
se alastrou para todos os andares, dos quais algumas pessoas
se atiravam, segundo relatos.
Ontem, ainda havia risco de desabamento. Também queimavam cerca de 20 automóveis estacionados no pátio dianteiro.
Um dos guardas particulares
do local, Mohammad Nasir,
disse ter visto um caminhão
que se aproximava da barreira
que dá acesso ao pátio. O veículo se chocou contra algum obstáculo, por frações de segundo
começou a se incendiar, e, em
seguida, ouviu-se enorme explosão que também arrebentou
vidraças de prédios vizinhos no
raio de uma centena de metros.
Policiais e equipes de socorristas passaram a alinhar no
chão os corpos retirados de
dentro do hotel, que tem 290
apartamentos e é freqüentado
basicamente por estrangeiros
na capital do Paquistão.
O Marriott fica próximo à
avenida onde estão os principais prédios de Islamabad, entre os quais o Parlamento, a
Presidência e a residência oficial do primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani.
O Marriott foi construído ao
pé das colinas de Margalla, junto ao centro da cidade. Algumas
testemunhas afirmaram que o
teto do restaurante do térreo
desabou com a explosão e que
boa parte dos mortos foi surpreendida no ambiente.
Resposta terrorista
Apesar de a autoria do atentado não ter sido reivindicada
até o fechamento da edição, as
suspeitas recaem sobre a rede
terrorista Al Qaeda e o Taleban,
o qual vem sendo alvo de investidas militares americanas em
território paquistanês, próximo à fronteira com o Afeganistão, e do próprio governo do Paquistão. Especula-se que o ataque possa ser um alerta para Islamabad no seu declarado intuito de preservar a aliança
com Washington.
O governo do Paquistão tem
bombardeado as regiões na
fronteira com o Afeganistão,
onde estão os santuários dos
grupos radicais islâmicos Taleban e Al Qaeda. Mas há também radicalismo muçulmano
nas regiões urbanas paquistanesas, tornando difícil prever
qual grupo praticou o atentado.
O recém-eleito presidente
paquistanês, Asif Ali Zardari,
em pronunciamento televisivo,
prometeu extirpar o "câncer"
do terrorismo do país. O governo decretou estado de alerta
máximo por todo o Paquistão.
Os atos de terrorismo são freqüentes. Segundo a Reuters, os
últimos quatro carros-bombas
mataram 45 pessoas.
Em janeiro do ano passado
um policial conseguiu bloquear
um homem-bomba que tentava se aproximar do Marriott. O
terrorista se explodiu, matando
o policial e sete outras pessoas
que estavam nas imediações.
Com agências internacionais
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