São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011

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FMI diminui projeções de crescimento

Fundo reduz suas expectativas em relação à economia global para 2011 e 2012; Brasil deve crescer 3,8% neste ano

Economia global deve crescer 4% neste ano e no próximo; é menos do que os 4,3% previstos inicialmente para 2011

LUCIANA COELHO

DE WASHINGTON

O Fundo Monetário Internacional reduziu sua projeção de crescimento da economia global neste ano e no próximo, alertou que persistem vulnerabilidades "anormais" e apontou a crise da dívida europeia e a apatia econômica dos EUA como ameaças à estabilidade.
A economia global deve crescer 4% por dois anos, abaixo dos 4,3% e 4,5% inicialmente previstos, afirma o fundo em seu Panorama da Economia Mundial, que foi lançado ontem.
É menos do que os 5,1% de avanço de 2010.
E o crescimento continua desigual: os países desenvolvidos devem avançar 1,6% neste ano e 1,9% em 2012.
Já o avanço dos emergentes e países em desenvolvimento deve ficar em 6,4% e 6,1%.
Mesmo nessa segunda categoria, o crescimento não será homogêneo. Enquanto a China deve avançar 9,5%, o Brasil deve crescer 3,8%.
"A volatilidade financeira aumentou drasticamente com as preocupações ante os desdobramentos na zona do euro e a força da atividade econômica global, sobretudo nos EUA" , alerta o relatório do FMI.
"A indecisão política exacerbou as incertezas, aumentando a pressão sobre as finanças que, por sua vez, atingiu a economia real."
Embora o Fundo não veja uma recessão no horizonte ainda, cresceu o risco de estagnação ou de um avanço insuficiente para sanar os atuais problemas, como o desemprego nos países ricos.
A revisão da projeção de crescimento para os EUA foi a mais drástica entre os países estudados: um ponto percentual neste ano e 0,9 no próximo.

AJUSTES
E se a violenta volatilidade vista recentemente no mercado financeiro americano persistir, diz o relatório, a chance de os EUA recaírem na recessão pode aumentar para até 38%, de acordo com um modelo econométrico baseado no preço das ações.
O FMI ressalva, porém, que o modelo não pode ser levado em conta isoladamente, e sim somado a fatores econômicos e políticos.
Ao mesmo tempo que elogiou as políticas de ajuste fiscal recentemente adotadas nos EUA e na Europa, o Fundo alertou para os impactos negativos no curto prazo -especialmente com o fim da política de estímulos fiscais.
O consumo nas economias desenvolvidas, diz, deve ratear, sobretudo devido a um índice de desemprego alto persistente e salários que devem continuar baixos.
Já na ponta dos países emergentes, o risco de um superaquecimento persiste, com uma enxurrada de dólares vinda de ricos em crise.
O Fundo recomendou, porém, que políticas monetárias para evitar esse superaquecimento (como a redução de juros no Brasil) sejam adotadas com parcimônia.
"Algumas economias emergentes tinham claramente que evitar o risco de superaquecimento", disse o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard.
"Mas, olhando para frente, pode ser que a convergência econômica global seja muito pior, e eles devem estar prontos para mudar de regime rapidamente."


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