São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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Ataque dos EUA mata família de 6

DA REDAÇÃO

Ataques americanos em Fallujah mataram uma família inteira em uma operação de combate a insurgentes liderados pelo terrorista Abu Musab al Zarqawi, ligado à Al Qaeda.
Uma testemunha da agência de notícias Reuters viu um homem, uma mulher e quatro crianças -dois meninos e duas meninas- sendo arrastados para fora dos escombros de uma casa destruída nos ataques dos EUA. Fallujah, controlada por rebeldes, fica a cerca de 50 km de Bagdá.
Os EUA negaram ter matado a família, dizendo que os ataques foram apenas contra locais usados como esconderijos por rebeldes ligados a Al Zarqawi.
"Fontes no serviço de inteligência indicam que um conhecido propagandista ligado a Al Zarqawi está passando informações falsas à mídia", diz nota do Exército.
Mas imagens captadas pela equipe de TV da Reuters mostravam homens entoando preces enquanto carregavam o corpo do pai da família de seis membros.
"É esse o presente que [o premiê interino do Iraque] Iyad Allawi está dando ao povo de Fallujah?", indagou um homem, apontando para os corpos de duas das crianças mortas, estendidos no porta-malas de um carro. "Todos os dias eles atacam Fallujah."
Pelo menos oito civis foram mortos e 11 soldados americanos ficaram feridos em conflitos em Samarra, uma cidade no norte do país que o Exército americano dissera que havia pacificado após uma ofensiva no início do mês.
Explosões de dois carros-bomba mataram uma criança e feriram um civil no centro da cidade, afirmou o Exército. Um policial disse que oito civis morreram e 12 ficaram feridos em conflitos.

Eleição
O chanceler iraquiano, Hoshyar Zebari, afirmou ontem que a atuação da ONU tem deixado a desejar no que diz respeito às eleições em janeiro próximo. Ele comparou os 25 especialistas que a organização planeja enviar ao país com os 300 que enviou ao Timor Leste para auxiliar no pleito.
Além de ter reduzido o pessoal para as eleições a um décimo do que planejava, a ONU não faz mais objeções a usar soldados americanos para garantir a segurança de seus funcionários no Iraque, segundo fontes na organização. O secretário-geral, Kofi Annan, disse ontem que a tentativa de formar brigada independente "não teve muito sucesso".
O premiê britânico, Tony Blair, disse ao Parlamento que o objetivo de um eventual envio de tropas britânicas ao Iraque, conforme pedido dos EUA, seria o de estabilizar o país e não o de reeleger o presidente George W. Bush.


Com agências internacionais


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